Agenda de concertos (carregar no evento para mais informação)

sábado, 27 de junho de 2009

Acho que me emociono mais com a vida...

Aqui há anos, ao ler a notícia que Dave Swarbrick (ex- Fairport Convention, entre outros) tinha voltado a tocar depois de um transplante de ambos os pulmões e de mais de dois anos de dura recuperação fiquei genuinamente contente. Tempos depois, Swarb voltou a cantar e a ordem do mundo pareceu restabelecida (por momentos, claro) e dessa alegria dei notícia aqui e aqui.

Vem isto a propósito da minha pouco emotiva reacção a mortes de estrelas da música estrangeiras, comparada com as "manifestações" que costumo ver à minha volta. Já sem falar nas lágrimas de crocodilo e nos discursos de ocasião que sempre se vêm nestas alturas, ao longo dos anos tenho assistido à criação de mitos rodeando as mortes (e as vidas) das estrelas da música popular que vão desaparecendo. Não compreendo porque é que gente como Elvis Presley, Jim Morrison John Lennon, Ian Curtis ou Kurt Cobain (e para lá caminha Michael Jackson) é hoje "endeusada" só porque... morreu.

No caso de artistas que estavam no pleno da sua criação, ainda me fica o lamento por não termos no futuro mais música produzida por eles mas também é verdade que, muitos dos que passaram à categoria de "semi-Deus" já nem sequer produziam grande coisa que se (ou)visse (houve mesmo alguns que, a meu ver, pouco produziram de jeito).

No fundo, mais ou menos famosos, acabamos todos por chegar a um fim, não é? Mais vale alegrarmo-nos com os adiamentos conseguidos do que ficarmos deprimidos com o inevitável.

Hoje, mais uma vez celebro a recuperação de Swarb e de todos os que conseguem ganhar mais algum tempo para partilhar com quem por cá vai andando.



"The Hard Times of Old England"
Artista: Whippersnapper



terça-feira, 9 de junho de 2009

Neca... eis a canção!

Depois de várias tentativas de esclarecimento e de várias horas de análise do acervo musical de Mestre Zappa, cheguei à seguinte conclusão:

- A tal canção do "Bo-uo-uo-uo-uo...io-io-uo-ie-iuo" é esta!



"Be In My Video"
Artista: Frank Zappa
Álbum: Them Or Us




PS: Para quem não percebeu nada do que acabou de ser escrito ali em cima, sim, esta entrada do blogue é o resultado de uma bela conversa em noite de "importantíssimas" eleições "europeias" desenvolvida durante um jantar em restaurante "extra-comunitário".


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quem é o cromo? (24)

Vamos lá então a adivinhar mais um, que até ao lavar dos cestos é vindima.
Eu sei que ao fim de semana há gente que não me visita, mas pronto, hoje é que me veio este cromo à ideia, foi hoje que o vim cá trazer. Cá está ele:




Façam as vossas apostas!


Este foi o cromo nunca decifrado, apesar das várias pistas que vos dei. Cheguei mesmo a escrever "este valioso músico" e mesmo assim não chegaram lá. Acho mal. E acho mal, ainda mais porque ele é um dos grandes músicos portugueses da actualidade e um verdadeiro apaixonado pelo que faz, que ainda por cima faz muito bem.

Senhoras e senhores, Pedro Joia!





quinta-feira, 4 de junho de 2009

Pequena "entrevista" #31... Pedro Eça e os Franco Atiradores

Recolhendo influências em campos como o "Funk", o "Ska" ou a Música Latina, tudo ligado por um pop-rock "mid-tempo" algo visto no panorama nacional, Pedro Eça e os Franco Atiradores tem um excelente som, muito bons instrumentistas e arranjos óptimos. Para mim, as partes menos fortes estão apenas em alguns "maneirismos" um pouco exagerados nas vocalizações e nalgumas letras menos inspiradas. De resto, a banda ouve-se muito bem e tem bem mais qualidade do que outras que, por aí, conseguem bastante sucesso.

Foi o próprio Pedro Eça que respondeu às minhas questões:



1 - Qual o principal requisito para se vencer na música em Portugal?

- Um curso de música
- Um curso de marketing
- Um curso de Inglês
- Um curso de modelo
- Uma grande "lata"

Resposta: Uma grande lata, apesar de achar que deveria ser um grande talento, as opções acima ajudam, mas sem talento vamos continuar com os rádios cheios de porcaria a sair das colunas.


2 - Qual o melhor ambiente para se evoluir musicalmente?

- O conservatório
- Uma escola de Jazz
- A garagem
- Um grupo de amigos que goste de ouvir todos os tipos de música
- Frequentar a maior quantidade de concertos possível

Resposta: Acho que o mais importante é ter a mente aberta e o ouvido também, assim sendo todos os ambientes são bons e até o um ambiente que achamos musicalmente mau às vezes nos ensina.


3 - Quando é que se consegue ir tocar às estações de televisão sendo pago por isso?

- A partir da edição do primeiro disco
- Depois do primeiro disco de ouro
- Quando lá arranjas um amigo
- Quando consegues "meter" uma música na banda sonora de uma novela
- Quando já não precisas da televisão para nada

Resposta: Aqui temos vários casos possíveis, quem promove um disco tem todo interesse em aparecer para mostrar o seu trabalho, o seu cachet é aparecer; quando tens lá um amigo podes eventualmente arranjar um trabalho numa banda que esteja inserida num programa, mas se não tiveres aptidões à altura vais de carrinho rapidinho, com um disco de ouro já são eles que te chamam, mas não sei como isso funciona, com uma música numa banda sonora de uma novela consegues o primeiro disco de ouro (eventualmente), de qualquer maneira só deixas de precisar da televisão quando ela já te deu o que tu querias, mas se a tratas mal desapareces num instante ou apareces pelas más razões.


4 - Se os músicos que cantam em português têm sucesso no estrangeiro, porque é que os que cantam em Inglês não têm?

- Tem a ver com a música que se faz e não com a língua em que se canta
- Porque no segundo caso os estrangeiros conseguem perceber as letras
- Porque a música é igual à deles, mas com pior pronúncia
- É uma questão de atracção pelo "exótico"
- Porque os que cantam em Português são melhores músicos

Resposta: O nível de competição em inglês é muito mais elevado, em Português? só vai para fora o melhor que há cá, que muitas vezes não significa ser o que os Portugueses mais querem ouvir.


5 - E porque é que nem uns nem outros têm sucesso em Portugal?

- Porque os CDs dos portugueses são mais caros
- Porque o que vem de fora é mais bem promovido
- Porque o mercado é pequeno e só consegue vender o que é bom
- Porque na televisão só há música estrangeira
- Porque os media estão comprados pelo grande capital das multinacionais

Resposta: Última opção


6 - De quem é a culpa da falta de visibilidade da música portuguesa?

- Dos músicos
- Das editoras
- Dos media
- Dos promotores de concertos e agentes
- Do governo

Resposta: Das editoras, dos media e do governo.


7 - Como é que o problema se resolve?

- Com uma lei mais severa
- Com mais debates na televisão
- Com mais salas para concertos
- Com mais trabalho por parte dos músicos
- Com a ASAE a apreender tudo o que é música estrangeira nas feiras

Resposta: Com leis mais justas que protejam a integridade cultural do nosso país e da nossa língua e que ofereçam mais espaço no mercado para a música Portuguesa de qualidade, mais debates na televisão podem ajudar.

8 - Os discos "sacados" na net prejudicam os músicos?

- Sim, porque são discos que o público deixa de comprar
- Não, porque fazem chegar a música a mais gente e ajuda a aumentar as vendas
- Não, porque a maior divulgação leva mais gente aos concertos
- Sim, porque as editoras, ao vender menos, apostam menos.
- No fim das contas, é "ela-por-ela"

Resposta: Não adianta dar murro em ponta de faca, isso já não dá para ser contra ou a favor, existe e vai continuar a existir, acho que é tem tanto de prejudicial como de positivo no que toca à visibilidade dos trabalhos, de qualquer maneira não me parece que os discos sacados deixarão de existir, a única coisa que se pode fazer é educar e esperar o bom senso dos fãs.


9 - Qual foi o último disco que adquiriste/adquiriram?

Resposta: Lhasa, La Lorona


10 - Qual foi a tua/vossa última descoberta musical?

Resposta: Ainda não aconteceu, espero descobrir muita coisa antes de morrer.





terça-feira, 2 de junho de 2009

Era uma vez...




"Aparece, que vais gostar!" Foi o convite que me fizeram para me convencerem a ir ao concerto de fim de ano do Conservatório Regional de Sintra. Nestas coisas não preciso que me convençam muito e lá fui. E gostei!

O conceito era mais ou menos "as músicas de tudo o que deixou saudades na televisão portuguesa", uma espécie de "conta-me como foi... a RTP". E lá me deixei viajar por músicas tão datadas como "The Knight Rider", tão "Kitsh" como "The Love Boat", tão "rock" como "Hey, hey Vickie" ou tão bem feitas como "A Árvore dos Patafúrdios". No fim do concerto vim para casa a pensar que assim é que se mostra aos pais o que é suposto os seus filhos andarem a fazer numa escola de música: a divertirem-se! A ideia é boa, a ligação ao público foi conseguida (bom, podiam não ter tido vergonha de cantar, mas pronto...) e a alegria dos miúdos era evidente. Nada daquelas camadas de nervos que certas escolas provocam nos seus alunos em alturas destas. Já lhes chega os exames.

Um Conservatório pouco conservador. Gosto disso!