Agenda de concertos (carregar no evento para mais informação)

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Apesar de tudo...



Pronto. Para lá de me irritar todos os anos com a falsidade, o desperdício, o marketing, o stress, enfim, com todos os defeitos que são inerentes ao Natal, para pelintras como eu há sempre a possibilidade de me cair em cima algo que, durante o ano todo, nunca conseguiria comprar.

Este caiu este ano!
56 músicas que, em teoria, não têm qualquer relação entre si mas que, como diz o próprio, têm em comum Tom Waits. Em vez das músicas que completam uma história, desta vez são as histórias que completam o músico.

Eu, por mim, aconselhava a compra sem hesitar. Deve ser carote. Sempre são 3 CD's.
Se trabalharem no mesmo ramo que eu não hesitem: cravem-no a alguém!
Continuo a detestar o Natal e até o facto de só nesta altura chegar a coisas destas me irrita. Mas tenho de admitir que, comparado com muita gente, nem todo o Natal me "chove em cima"!

"Rains On Me"
Artista: Tom Waits
Álbum: Orphans

sábado, 16 de dezembro de 2006

Segurança natalícia

A Associação para a Promoção da Segurança Infantil revelou que os factores de insegurança para as crianças aumentam bastante na época natalícia.

Este ano mantenha as suas crianças em segurança:
Não lhes cante canções de Natal!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Um ano... um dia!

Um dia...
O que é que pode mudar num dia de... interrupção?

Um ano... menos poluído e cerca de 1000€ mais barato.
... mais o resto.


"A Year and a Day"
Artista: Fairport Convention
Álbum: The Wood and the Wire

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Versões (15)




Um aviso: quando virem estes discos de tributos de quartetos (e outros ...etos) de cordas a bandas de rock, não comprem. São assim uma espécie de "Pan Pipes" mas em instrumentos de corda.

Veja-se este "String Quartet Tribute to R.E.M.". A escolha das músicas é, no mínimo, duvidosa e os arranjos são, na maior parte dos casos, inexistentes ou ridículos. A coisa varia entre a cena tipo-banda com um violino ou uma viola a fazer de Michael Stipe e o arranjo pseudo-avant-garde que dá cabo da música.
Ninguém no seu juízo perfeito vai fazer uma versão "à letra" de It's the End Of The World As We Know It. Conseguem imaginar quantas vezes é que o "vocalista" toca a mesma nota???
Em geral o que acontece é "não inventam quando deviam e quando inventam deviam estar quietos". E parece que há um volume 2! Xiça!

Em todo o caso, há momentos que escapam, como este Nightswimming, mas só porque, quando os R.E.M. fizeram a música, ela obviamente já se prestava a ser tocada assim.
Quase todo o resto é mau de ouvir e, em algumas partes, roça mesmo o martírio. Como eu gosto de vocês, ponho aqui o melhorzito.

"Nightswimming"
Artista: Vários músicos
Álbum: String Quartet Tribute to R.E.M.

P.S.: Não, não comprei o disco! Safa!!!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

E o gajo safou-se!

Pinochet conseguiu morrer sem ser condenado por nenhum crime.

Não estou surpreendido.
Já é hábito! Por cá também temos!

"Biltre"
Artista: Reporter Estrábico
Álbum: Eurovisão

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Magnetismo musical?


Foto: History at Enotes

Andava eu no meu zaping quando, passando pelo Mezzo, dei de caras com um concerto dirigido pelo maestro Leonard Bernstein.

Pronto. Acabou-se o zaping e ali fiquei até acabar, como acontecia quando era puto e, aos Sábados à tarde (se bem me lembro) me parava a ver aquele senhor a dirigir a orquestra da ternura à loucura e ouvindo atentamente aquelas explicações que me faziam compreender porque é que as músicas foram feitas da maneira que as fizeram. Eram os "Concertos para Jovens".

Acho que posso afirmar que, se alguma atenção dei, no princípio da vida (e talvez até hoje), à música chamada "erudita", este senhor foi sem dúvida o grande responsável.
Pois sim, o maestro José Atalaia também tinha jeito, ao vivo até era capaz de ser giro, mas não tinha aquela capacidade de me segurar em frente ao televisor durante uma hora seguida que tinha (e ainda tem, apesar de já cá não andar) o maestro Bernstein.
Ao longo dos anos fui percebendo que tinha tido o mesmo efeito em muita gente da minha geração.

E hoje lá estava ele de novo. Recebendo o que a orquestra dava e devolvendo em dobro de emoção. Vê-se a música a passar por ele.

Magnético!


segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

De volta a Portalegre



Não sei bem se é coincidência, sorte ou outra coisa qualquer, mas quase sempre que vou a Portalegre matar saudades, acaba por acontecer algum evento que acabo por ir ver.

Desta vez a coisa passou-se como de outras:
- Boas!
- Então, que tal?
- Abanca aí, toma lá um copo.
- Tá bem, mas só um que tenho de me ir embora.
- Onde é que vais?
- Vou ver os Blues!
- Onde?
- No Centro Cultural. Não querem vir?
- Vamos? Vamos!

Os "Blues" eram uma banda de Lisboa chamada Nobody's Bizness Blues Band e valeram (com bastante lucro) o pouco que se pagou para os ver.
Não é uma banda perfeita, ainda tem algum "calo" a ganhar mas desde já destaco o desempenho do excelente guitarrista Luís Ferreira, um músico a não perder de (ou)vista.

O registo de onde saíu a musica que aqui fica a tocar está em ditribuição gratuita na net. Se estiverem interessados sigam o link acima.
Sim, eu podia pôr aqui o link directo para o "download" mas não me apetece fazer a "papinha" toda e vão ter de passar pelo "My Space" da banda e ler mais uns bocaditos de informação útil.

"Smack Dab in the Middle"
Artista: Nobody's Bizness Blues Band
Álbum: Ao Vivo Na Capela da Misericórdia - Sines 2005

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Há conquilhas!




Soube hoje que o "álbum perdido" da Banda do Casaco foi finalmente editado em CD.
Na verdade, a fita da gravação original parece que continua desaparecida e a "masterização" (inventam cada palavra...) teve de ser feita a partir do viníl, o que me causa alguma apreensão, mesmo que o "masterizador" (esta também é gira) seja o José Fortes, reconhecidamente um dos grandes técnicos de estúdio do país e, parece-me, responsável pela gravação original.

Ainda assim, esta edição tinha de ser feita, sob pena de se perder para sempre uma das grandes obras da música popular feita em Portugal. Eu cá já não suportava ouvir aquilo com tanta "batata frita". Está decidido. Vou comprar (acho que ando a juntar dinheiro há anos)!

Já aqui pus em tempos a tocar o "Acalanto" e em breve (quando o cá tiver) voltarei a oferecer-vos uma "conquilha". Por hoje, e para não o ouvirmos nem mais uma vez em estado lastimoso, fica uma de outro álbum que tenho em CD e que, acreditem ou não (os mais novos), foi das músicas mais tocadas na rádio em 1976, ano em que o disco saíu.
Por (ainda) mais incrível que hoje nos pareça, este disco (Coisas do Arco da Velha) teve direito a um programa de televisão em exclusivo, programa esse que deve andar pelos caixotes da RTP a encher-se de pó enquanto a RTP Memória transmite jogos de futebol de há "resmas" de anos entre (imagine-se) o Estrela da Amadora e o Belenenses.



Morgadinha quem te disse a ti
Que a tua terra era um jardim
Cheirando a erva e alecrim?

Enganou-te
Trocou-te a gramática
Virou-te a fonética
Que a tua terra
Não cheira assim


Banda do Casaco na Televisão Já!

"Morgadinha dos Canibais"
Artista: Banda do Casaco
Álbum: Coisas do Arco da Velha

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Mais uma canção sobre revolução




(...)
There's a dark cloud rising from the desert floor
I packed my bags and I'm heading straight into the storm
Gonna be a twister to blow everything down
That ain't got the faith to stand its ground
Blow away the dreams that tear you apart
Blow away the dreams that break your heart
Blow away the lies that leave you nothing but lost and brokenhearted
(...)



"The Promised Land"
Artista: Bruce Springsteen
Álbum: Darkness on the Edge of Town

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Atlantic Waves 2006

Maria João e Mário Laginha tocam no dia de encerramento do Festival Atlantic Waves deste ano, promovido pela Fundação Gulbenkian em Londres, de 2 a 30 de Novembro.
O elenco deste ano inclui ainda nomes como Madredeus, Mariza, Sara Tavares, Carlos Zíngaro e Janita Salomé, entre outros.

Mais informação aqui.

Três em um

Recebi hoje do Rui Azul um mail que incorpora um agradecimento, uma mensagem publicitária e uma oferta. É assim uma espécie de 3 em 1 ou, por outras palavras, "ou fazemos nós ou não faz ninguém". Parece-me que tem matéria que vos interessa também a vocês, por isso aqui fica:

Viva!
Em primeiro lugar, agradecemos o trabalho que têm executado activamente na informação e divulgação das actividades e eventos levados a cabo pelos músicos e bandas nacionais (e não só). Dever e responsabilidade que competiam à comunicação social tradicional, casos da imprensa, rádio e televisão, que foram gradualmente ignorando esses deveres e funções intrínsecas que lhes competiam, deixando que as lacunas e a ausência de informação nessa área fossem alastrando. Os divulgadores, analistas e radialistas, entre outros especialistas e melómanos, por meio dessa nova ferramenta a que se chama "blog", foram, de início, complementando a insuficiente cobertura que a imprensa tradicional ia fazendo, e actualmente, vieram a substitui-la quase totalmente.

Como músico, constato que da parte daqueles que como vós, exercem a manutenção e actualização regulares dos blogs e páginas que criaram, existe uma ligação afectiva com a música, o que rareia entre os jornalistas ditos "profissionais", rivalizando taco a taco com aqueles a nível de conhecimentos na matéria, e mesmo no que respeita ao domínio da redacção informativa na língua de Camões, não ficam muito atrás, e se nos lembrarmos que os profissionais beneficiaram de cursos de jornalismo ou similares...

Perante:

• a proximidade do 7º festival Simply Blues em Viana do Castelo, de 6 a 9 Dez, no qual a 1ª noite será preenchida com a actuação da Minnemann Blues Band;

• o facto de ser a única banda nacional presente na edição deste ano do referido festival;

• não existirem ainda registos fonográficos da actual formação:
- Wolfram Minnemann: Voz e Piano
- Rui Azul: Sax Tenor
- António Mão de Ferro: Guitarra
- Rui 'Cenoura' Ferraz: Bateria
- Manuzé: Baixo
(as gravações para tal efeito iniciar-se-ão em 2007);

Decidimos a título excepcional, divulgar 2 excertos gravados ao vivo em Setembro deste ano, no B Flat Jazz Club, em Matosinhos, e enviá-los a uma pequena selecção de alguns sites ou blogs que têm vindo a desenvolver um notável trabalho de informação, divulgação e pesquisa no campo da música que se pratica em Portugal.

Agradecendo a atenção,
um abraço

pela Minnemann Blues Band

RA (Rui Azul)


Na parte que me toca agradeço a distinção e aos visitantes deixo um dos excertos recebidos, que todos merecemos ouvir bom "Blues" de vez em quando.
O Minnemann é um músico alemão que já anda por cá há umas dezenas de anos. Lembro-me de, pelo menos, um disco dele no início dos anos 80, salvo erro chamado "Bluindo".

Ora então vamos lá fazer de rádio novamente!

"My Mamma Got a Heart"
Artista: Minnemann Blues Band
(Ao vivo no B Flat, Matosinhos)

Afinal não sou só eu!

Hoje em dia já não se aprende nada a ouvir rádio!
(Rui Veloso em entrevista a Judite de Sousa)

E vocês, o que é que acham?

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Bigmouth Strikes Again

Santana Lopes voltou às lides!
Nem tudo se perde. Sempre se pode ouvir boa música a propósito!

Bigmouth Strikes Again
Artista: The smiths
Álbum: The Queen is Dead


segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Eu não disse...

... que era preciso uma carreira com mais de dez anos?

André Sardet chega ao primeiro lugar do top com músicas de há anos atrás. Teve de esperar pelos dez anos de carreira.

Os Trabalhadores do Comércio estão de volta com um disco para sair e entrevista no programa de Ana Sousa Dias.

No Sábado passado vimos a comemoração dos 30 anos de carreira do Luís Represas.

Sérgio Godinho entra no top e é aclamado pelo seu novo disco.

José Cid regrava os seus sucessos e (espantoso) entra para o top.

Paco Bandeira manda um "Bost off" e vai para o top.

Paulo Gonzo faz uma música para uma novela e salta para o top. Os GNR também já lá andaram.

Os The Gift saltam directamente para o 2º lugar do top. Sabiam que os The Gift já têm 12 anos?

Tudo isto porque ouvi há pouco que o Rui Veloso vai comemorar (com atraso) os 25 anos de carreira na Grande Entrevista da Judite de Sousa.

Tá bem! A coisa mexe!

Pronto, senhores da editoras. Estão a vender discos. Gosto disso.
Não sobram aí uns dinheirinhos para investir em "novos valores"?
Ou afinal era só conversa?

Não há dinheiro...

... para a Festa da Música do CCB em 2007!!!

Pois apesar de muita gente lá ir para ser vista, uns para mostrar os fatinhos, outros para se fazerem cultos, a Festa da Música é, sem dúvida, um excelente veículo de promoção e (apesar de tudo) popularização da música chamada erudita!

Em 2007 não vai haver festa, mas sim um evento dedicado ao piano (sempre pode ser tocado a solo) que vai custar um terço do que aquela custaria (orquestras e tal...).

E assim se vai fazendo com a música em Portugal.
Cada vez mais se corta na organização de eventos úteis, na renovação (e/ou "re"invenção) da industria musical portuguesa e na divulgação dos musicos que cá temos.

Resultado: vemos os músicos portugueses a emigrar ou a entrar em programas de televisão degradantes onde são ridicularizados ou obrigados a cantar com espécimes completamente destituídos de voz e ouvido (assim como uma espécie de "larvas musicais").

Neste momento parece que a única maneira de singrar na música (música???) em Portugal é ser recém-desmamado, entrar numa novela para pré-desmamados, deixar-se produzir por especialistas em imagem, fingir (ou quase) que canta e vender discos aos paizinhos dos ainda-não-desmamados.
Isso ou ter uma carreira com mais de dez anos.

Acabei de ouvir que o Euromilhões patrocina o Lisboa-Dakar.
Isso toca???

Até tu, Maria!

Sempre que a Maria João canta em programas de televisão faço questão de ver!

Ontem apareceu naquele programa "vomitoso" da TVI!

Acho que entrou. Não vi!
Não quis ver!

Lamento!

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Mais blogs

E aqui fica mais um que descobri há pouco.

Chama-se A música do acaso e é sóbrio, conciso, mas cheio de informação útil.
Nota-se ali uma queda para os lados do Jazz (coisa que me falta por aqui) mas o "J." vai a todas, desde que sejam boas, tem discos a rodos e não há por lá muito do que ele escreva que eu não concorde (do que conheço, claro).

Vai valer umas visitas!

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Mesmo assim...



... há programas de rádio que vale a pena ouvir!

Foi assim que descobri estes tipos e outros aparentados, que me fizeram ir à procura de mais.
Foi assim, ouvindo o Coyote na Antena 3, muito de vez em quando, que dez da noite não é hora que dê jeito para ouvir rádio.

Os Marah fazem parte de um grupo de bandas que alimentam diariamente o Coyote. Outras a ouvir são os Wilco, Jayhawks, Whiskeytown ou Cardinals (estas do já nosso conhecido Ryan Adams), mas há muitas mais.

Poderemos dizer que tudo isto já se ouviu antes e é verdade. No próprio programa, o Pedro Costa (se não me engano) mistura facilmente música de todas as décadas e, no fundo, tudo isto não passa de revivalismos de revivalismos anteriores.

Que importa?
Se eu gosto da música, para mim está bem!

E eu gosto da música destes putos, como gostei dos Dream Syndicate, Long Ryders ou R.E.M. em meados dos anos 80 (nessa altura passava-os eu em rádios pirata) e como gostei, antes deles, dos Byrds, dos Flying Burrito Brothers ou dos Buffalo Springfield. O nome do álbum dos Marah explica muito em poucas palavras.

Longa vida ao Coyote!


"Walt Whitman Bridge"
Artista: Marah
Álbum: If You Didn't Laugh, You'd Cry


quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Arena Live à borla!

Aqui fica a agenda do Arena Lounge do Casino Lisboa até ao fim do ano.
Todas as Segundas Feiras, à borla, 22:30!

- 6/11 - Cool Hipnoise

- 13/11 - Toranja

- 20/11 - José Cid

- 27/11 - Spanky Wilson & The Quantic Soul Orchestra

- 4/12 - Jorge Palma

- 11/12 - Koop

- 18/11 - Luís Represas

- 25/12 - João Pedro Pais

- 31/12 - Pedro Abrunhosa

Pois é, Parque Mayer ainda não há e o Casino aí está em grande.
Enfim, safem-se as borlas que as promessas vão sempre parar ao lixo!

Fish online (peixe na linha?)

Pois é verdade que vamos ser visitados pelo ex-vocalista dos Marillion no dia 11 de Novembro.
É verdade que o homem já tem uma carreira a solo há quase 20 anos mas desta vez anda em digressão a comemorar os 20 anos do álbum dos marillion Misplaced Childhood (de 1985).
Pois não sei se devia ser ele a comemorar a efeméride ou não (dizem que foi ele o autor do álbum, eu cá não sei), mas é!

Eu, por mim, não vou à Aula Magna. Vi o concerto de 85 no Pavilhão do Restelo e não me parece que vá ser melhor (também já vi o senhor a solo) e, além disso, neste momento dispenso decibéis.

A notícia, no entanto, é a transmissão em directo do concerto através do Lisboa Jovem, o portal "jovem" da Câmara Municipal de Lisboa (sabem, aquelas coisas que os adultos fazem para os chavalos todas às cores e cheias de cenas radicais a pensar que é aquilo que eles gostam e que os vão convencer a entrar para a "Jota" e mai-não-sei-o-quê...) .
Segundo parece, perguntaram-lhe o que é que ele achava de de transmitir o concerto pela net mas o inglês era tão bom que ele, como bom escocês, percebeu que lhe estavam a perguntar o nome, ao que terá respondido: Fish!

Portanto não percam (ou percam, se quiserem) dia 11 às 21 horas, o concerto do Fish na net.

Aproveito para meter aqui uma cunha:
- Já agora transmitam também a primeira parte, feita pelos Forgotten Suns, banda portuguesa de Rock Progressivo da qual ainda não consegui ouvir um disco (só algumas musicas ao vivo) mas que já me despertou a curiosidade.


sexta-feira, 3 de novembro de 2006

São muito engraçados...

Vinha eu no IC-19 como habitualmente, rádio ligado, carro parado, quando o locutor se sai com esta a propósito do prémio da MTV ganho ontem pelos Depeche Mode:

"Afinal a MTV conhece os Depeche Mode. Conhece mas não passa os videos deles. Bom, passa. Lá para as quatro da manhã mas passa, estava a ser mauzinho".

Não, caro locutor, não estavas a ser mauzinho. Estavas a ser parvinho.

A ser assim, podemos então chegar à conclusão de que, ou a Radar não conhece música portuguesa ou conhece mas não a passa nem "lá para as quatro da manhã". Da mesma maneira podemos concluir que a Radar só conhece as 50 músicas que passa todo o dia todos os dias ou então conhece mais mas só as passa "lá para as quatro da manhã".

E eu que pensava que era só porque passavam o dia "em repeat".

E podia ser uma rádio tão boa...

Afinal qual é a desculpa?

Aqui há uns anos, quando os músicos e o público protestavam contra as actuações em play-back na televisão, a desculpa era sempre: "é complicado conseguir um bom som para as bandas em televisão".
Agora que temos visto vários programas acompanhados por músicos ao vivo e que vimos os Da Weasel no "Magazine Fedorento" com um som excelente, qual é a desculpa?

Demora muito a fazer um programa de música na televisão?

Reparem que eu até nem faço questão de que seja tudo ao vivo. O "Top of the Pops" e o "Beat Club" eram em play-back e serviram para divulgar música durante décadas. Só acho que se podia fazer melhor, misturando música ao vivo, videos, notícias e entrevistas com os músicos portugueses.

Ouvindo o canal "Nacional - anos 80" do Cotonete, pergunto-me para onde é que foi a imaginação e originalidade da música que então faziam bandas como os GNR ou os Mler Ife Dada, a espontaneidade e genica de gente como os Taxi ou o "estilo" de uns Radio Macau ou Herois do Mar, para falar só de alguns.
A Antena 3 tem um dia de música portuguesa em que quase só passa Hip-Hop e meia dúzia de bandas que canta em mau inglês (Plaza, Loto, Post Hit, etc...). Sempre as mesmas. Porquê?

Parece-me haver pouco espaço para divulgação de coisas novas nas rádios (só para amigos?) mas também me parece que as bandas gravam umas coisas à pressa, arranjam um espaço no MySpace para as colocar e esperam que a coisa aconteça.
Que tal juntarem-se os velhos e os novos e trocarem impressões sobre como as coisas se faziam e se devem fazer agora e mexerem-se? Uns a ver se exigem mais de si próprios, os outros a ver se voltam a ganhar a vontade de fazer coisas verdadeiramente novas (ouçam o exemplo junto).

"I Don't Feel Funky (Anymore)"
Artista: GNR
Álbum: Defeitos Especiais


quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Sugestões para o resto da semana

Dia 1 (4ª Feira):

- “O Lugar da Desordem” - Paulo Curado (s), Ken Filiano (ctb), Bruno Pedroso (bat ) - Trem Azul, Lisboa - 21:30

- Mariza e Orquestra Sinfonietta de Lisboa com Jacques Morelenbaum - Coliseu de Lisboa - 21:30

- Chico Buarque - Coliseu do Porto - 22:00

- Cassandra Wilson - Casino Estoril - 23:00

- “O Lugar da Desordem” - Paulo Curado (s), Ken Filiano (ctb), Bruno Pedroso (bat ) - Hot Club, Lisboa - 23:00

Dia 2 (5ª Feira):

- Mariza e Orquestra Sinfonietta de Lisboa com Jacques Morelenbaum - Coliseu do Porto - 21:30

Dia 3 (6ª Feira):

- João Paulo Esteves da Silva "Concerto conversado" - Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra - 15:00

- Al Di Meola - Teatro Circo de Braga - 21:30

- Dulce Pontes - Casino de Lisboa - 22:00

- Rui Veloso - Coliseu do Porto - 22:00

- Chico Buarque - Coliseu de Lisboa - 22:00

- Wraygunn + Fancy + An Pierlé - Santiago Alquimista, Lisboa - 22:30

Dia 4 (Sábado):

- Jacinta - Teatro Municipal da Guarda - 21:30

- Rui Veloso - Coliseu do Porto - 22:00

- Chico Buarque - Coliseu de Lisboa - 22:00

- Sunshine + Asyl + X-Wife - Santiago Alquimista, Lisboa - 22:30

Dia 5 (Domingo):

- Tool + Mastodon - Pavilhão Atlântico, Lisboa - 20:30

- Chico Buarque - Coliseu de Lisboa - 22:00

- Carlos do Carmo - Casino de Lisboa - 22:00


Fontes: Agenda Jazz do Leonel Santos e Guia do Lazer

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Colheita...

... de sementeira antiga.

Ver o que fica de nós...
Perceber o que se ganha...
E o que às vezes falta...
...

"Marião"
Artista: Brigada Victor Jara
Álbum: Eito Fora


quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Cheira a Pixie

Segundo Frank Black, os Pixies vão reunir-se em Janeiro para trabalhar no próximo álbum de originais da banda.

Fontes mal-informadas asseguram que o interregno de 15 anos desde o último álbum "Trompe le Monde" foi aproveitado pelos músicos para finalmente aprender a tocar e a cantar.

Pois!

Trompe me que je goste!

Sempre a facturar

Kurt Cobain foi, segundo a revista Forbes (uma revista sobre... ricos, enfim), a "Celebridade Morta" ("Dead Celebrity"... é que esta coisa tem categorias e estar vivo, há quem diga que é o contrário de estar morto) que mais dinheiro gerou no ano de 2005.

Cinquenta milhões de dólares foi quanto rendeu tudo o que se relaciona com o "mitológico" vocalista dos Nirvana. Tudo o que tenha o nome ou a fronha do senhor vende mais do que caramelos em Badajoz nos anos 70.

Mas porque é que eu não nasci um chavalito problemático?


Não há musiquinha do Kurt a tocar, primeiro porque não ligo muito, depois porque ainda me vinham cobrar direitos para encher a pança sabe-se lá a quem...

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Buscas...

Mais alguns que aqui vieram cair, todos hoje:

"Leitaria Camponesa"
"farturas"
"Loja Indiana Cedofeita"

Ok, vieram cá e tal... mas também podem procurar nas Páginas Amarelas, boa?

Mais dois, estes do Brasil:

"Ouvir vários clips do Black end Peas"
"Concertos musica clássica autor desconhecido"

Está bem. "eye", "end", é tudo "olho".
Agora os concertos, só se for o Bolero de Ravel e a Carmen de Bizet que, segundo o "Estebes", som douas musicas que ninguéin sabe queim escrebéue.

Dúvidas...

Se a antiguidade é um posto, a novidade é o quê?

... Um imposto?

domingo, 22 de outubro de 2006

Fechou o CBGB...


Foto: CBGB

... E depois? O Rock Rendez Vous e o Johnny Guitar também fecharam e o Hard Club vai mudar de sítio (e o Hot Club também devia mudar, digo eu). O mal não está no que se acaba mas sim no que não se começa.

"This is not a fucking temple -- it is what it is. Anyone else could start a club just like it, anywhere in the world. All it takes is the will."

Foi assim que Patti Smith comentou o fecho do "mítico" clube no concerto que deu no dia do encerramento, 15 de Outubro de 2006.
Para Smith o que faz os sítios são as pessoas. é capaz de ser verdade.

É verdade que os clubes de rock em Portugal são raros, têm poucas condições e fecham depressa. Se calhar nenhum teve as condições do Rock Rendez Vous. O CBGB era em Nova Iorque e não as tinha de certeza.
Se é verdade que são as pessoas que fazem os sítios, parece-me que o espaço não será assim tão pouco importante.

Que fechem os espaços sem condições e se mudem para espaços condignos, que as pessoas hão-de lá ir "fazer os sítios".

Para já, parece que estão a abrir bons clubes de Jazz, com programação regular e de qualidade. Porque não abrir uns clubes de Rock? Bandas por aí não faltam. Ou estão com medo que vos partam a sala todas as semanas?

Femmes de volta!


Foto: Violent Femmes

Isto da música no fundo é como tudo o resto. Coisas que fazem parte do nosso (de cada um) pequeno mundo, acabamos por tomá-las como universais. À nossa volta todos as conhecem, tornam-se familiares e falamos delas naturalmente como se fossem reconhecidas por toda a gente. Basta, no entanto, saírmos um bocadinho do nosso círculo habitual e conhecer outras pessoas para descobrirmos que as referências são completamente diferentes, tudo o que está para trás é diferente e, claro, a música é outra.

Claro que tudo isto é óbvio mas só de vez em quando paramos um pouco para pensar. Apenas quando nos surpreendemos com alguma coisa que nos soa de maneira estranha, como por exemplo: "Violent Femmes? O que é isso?".

Pois é evidente que nem toda a gente os conhece. Sendo esta uma banda que sempre foi considerada "alternativa", suponho que haja mesmo quem os ande a esconder, não vá a música deles deixar de ser considerada arte (segundo a teoria deste, pelo menos), é natural que, apesar de encherem concertos desde que começou a vir a Portugal, haja ainda muita gente que os não conhece e para quem os rapazes passem despercebidos quando passeiam junto ao Tejo, como na foto acima.

Os Violent Femmes são normalmente considerados os precursores do que se chamou "Folk-Punk" americano, assim como o foram os Pogues na Inglaterra. Na verdade não têm nada que ver uns com os outros mas há sempre quem precise de arranjar saquinhos onde meter as coisas e era chato andar com um monte de bandas na mão de um lado para o outro por falta de recipiente. De qualquer maneira, para o público, os saquinhos acabam por vezes por ser uma ajuda na pré-selecção do que se vai ouvir. No caso é uma grande ajuda se o público souber de que lado do Atlântico (o oceano, não o pavilhão) se está a falar. Pois!...

Segundo reza a história, a banda foi descoberta pelos Pretenders quando tocava por trocos nas ruas de Milwaukee e convidada a fazer a abertura do concerto destes. Vinte e cinco anos depois os VF poderiam convidar o que resta dos Pretenders para abrir o deles.
Na verdade os Femmes não são (nem aspiram a ser) nada de especial a não ser uma voz fanhosa, uma guitarra simples, um baixo acústico portentoso e uma mini-bateria, enfeitados às vezes (também em palco) com alguns adereços que adicionam alguma cor (?...) ao conjunto. As letras vão do lamecha-parolo ao rebelde-birrento mas são cantadas com um empenho de alma tal que pode transformar a mais doce canção de amor no mais agonizante hino à rejeição, como aliás podemos constatar na que vos deixo aqui a tocar.

Tudo isto para vos comunicar que os Violent Femmes estão de volta a Portugal para dois concertos: dia 22 de Novembro na Sala Batalha, no Porto e no dia seguinte no Coliseu dos Recreios em Lisboa. Para quem não os conhece é uma boa oportunidade. Para quem os conhece... também!

"Please do not go"
Artista: Violent Femmes
Álbum: Violent Femmes

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Ai sim? Olhe, obrigadinho!

Já não posso ouvir falar mais do concerto dos Muse.
Foi o Verão todo a ouvir falar de festivais, e mais os Franz Ferdinand, e mais os Strokes que eram o concerto da década e os Rolling Stones no Porto, até a bosta do "Disco Fever" me atiraram à cara!!!

Ouvi dizer que na quinta-feira passada houve Trovante no Campo Pequeno.

Não soube de nada.

Parece que era uma cena do Montepio, assim, com convites e tal...

Parece que deram alguns na Renascença...

Pois... obrigadinho, "tsá"?

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Hoje no Cefalópode



Carlos Barretto - Solo Pictórico.

Sítio do Cefalópode
Largo do Contador-Mor 4B Lisboa (ao Castelo)
23 h

Pois, eu sei que a notícia veio tarde mas só recebi a "newsletter" (em português, "carta de notícias") do Cefalópode hoje de manhã.
Quem está em Lisboa ainda vai a tempo e eu garanto que é barato!

Para aqueles que já não vão a tempo, fica aqui uma musiquinha do Barretto do "Suite da Terra", que saíu em 1998. Cheguei a ver este disco tocado no Hot Clube, numa noite que lá fui para comemorar um aniversário cuja aniversariante não compareceu ("que eu seja ceguinho" se isto não é verdade, hein? É ou não?). Como não paguei o bolo de aniversário, comprei o disco quando ele saíu.

"3.4.7."
Artista: Carlos Barretto, Mário Delgado, José Salgueiro
Álbum: Suite da Terra

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Salvé, povo do Quirguistão!


(com mapa e tudo!)

Não querendo desmerecer os ilustres visitantes que, mais ou menos assiduamente, aqui marcam a sua presença, quero aqui congratular-me com a primeira visita vinda do Quirguistão, um pequeno país que fica nos confins da ex-URSS, encostadinho à China (vida difícil, hein?).

Pois sejas muito bem vindo e, se perceberes português, fica à vontade para botar faladura aí nos comentários (se não perceberes nem falares português também podes mas duvido que a conversa seja longa).

Obrigado pela visita
Volta sempre (são 7000 kms muito bem andados).

domingo, 8 de outubro de 2006

Versões (14)




Já em Dezembro do ano passado por aqui passou uma versão desta música do Cohen, então cantada pelo Lloyd Cole.
Acontece que este ano saiu mais um álbum de homenagem, desta vez a banda sonora de um filme que mostra... um concerto de homenagem ao Cohen (muitas homenagens tem o homem...).
O álbum, no geral, é bem pior do que o outro que aqui mostrei (I'm Your Fan) mas, talvez por esta ser uma das melhores canções do senhor, talvez por sorte na escolha dos intérpretes, "Chelsea Hotel" volta a ser um dos melhores momentos do disco, desta vez cantada por RufusWainwright.
É diferente da do Cole, é diferente da do Cohen. Eu gosto! (vês, Josha?)

"Chelsea Hotel nº 2"
Artista: Rufus Wainright
Álbum: I'm Your Man (BSO)

Concorrência feroz

É assim a televisão em Portugal!

Ontem a SIC decidiu comemorar o aniversário em estilo "Parada na Avenida". Convocou os "artistas da casa" e depois, para compor o ramalhete, foi à lista telefónica e contratou basicamente "tudo o que desfilasse".

A RTP, em situação de desespero "code red audiências", resolveu fazer uso da única coisa que, julgam eles, consegue prender todas as donas de casa do país ao ecrã: pegou na Casa do Artista como pretexto (mete velhinhos, famosos e, melhor ainda, velhinhos famosos) e lançou o seu trunfo habitual, um "Malato Show tipo-gala".
Os artistas envolvidos eram os que são sócios da própria Casa do Artista e todos os outros que conseguiram arranjar à borla.

Devo dizer que considero a Casa do Artista uma excelente iniciativa e quem trabalha para ela merecedor de todos os elogios (fazem o que o estado devia fazer - trabalhadores independentes e tal... já se sabe). O que eu acho lamentável é que, por exigências da concorrência se faça um programa em cima do joelho com um dia inteiro de conversa mole que não vai contribuir em nada para ajudar a instituição em causa. Durante o resto do ano a RTP vai continuar a esquecer os artistas portugueses e a empurrá-los para um fim de vida na Casa do Artista por não terem conseguido amealhar o suficiente durante a vida artística. Trabalhar de vez em quando não enche a barriga a ninguém.

Hoje a febre da concorrência voltou a fazer das suas.

Já aqui tinha comentado aquele que foi o ponto mais baixo da música portuguesa em televisão. Aquele dia final do programa "A Canção da Minha Vida" em que puseram os proponentes das várias canções "a concurso" a "cantá-las" (???) com os cantores de serviço ao programa.

Pensava eu que era impossível caír mais fundo, quando a TVI (nunca pára de surpreender quando se trata de baixar de nível) se sai com uma "coisa" chamada "Canta por mim".
Resumindo, uma "celebridade" daquelas com contrato com a TVI "gorgoleja" uma canção qualquer com um cantor a sério cuja função é tentar manter a "celebridade" nas redondezas do tom certo. Cada "dueto" representa uma "caridadezinha" daquelas de fazer correr a lagrimita. São um monte de "caridadezinhas" a concurso (concurso de caridades??????), depois a Júlia Pinheiro grita muito, o público vota muito e gasta balúrdios em SMS e, no fim, há 1 (uma!!! uma apenas!!!) "caridadezinha vencedora" que é praticada (com o dinheiro dos SMS, claro). As outras ficam com as vidas esparramadas pelo país todo e os problemas por resolver.

Isto é para mim e até hoje, que me lembre, o ponto mais baixo de tudo o que se fez em televisão.

Fazer um concurso em que se joga com a miséria das pessoas é, no mínimo, nojento!

Tentar mascará-lo de programa musical assassinando a música com a colaboração dos próprios músicos é, em comparação, apenas um miserável desconsolo!

A concorrência é de facto ferocíssima!
Qual será a próxima estação de TV a fazer ainda pior?

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Marketing a mais!?!?

Ouvi há pouco na Radar, quando vinha para casa.

Parece que o novo álbum do Beck viu o seu acesso vedado ao Top Britânico, alegadamente por conter "Publicidade a mais"!

No mundo em que vivemos é, no mínimo, uma notícia estranha. O que é natural, hoje em dia, é louvar-se a "excelente campanha publicitária", ou não?

- Not in "Good Ol' England", dear sir!

Parece que o álbum é um "pack" cheio de tudo e mais alguma coisa, DVD, auto-colantes, extras e até uma parte "decorável" ao gosto do futuro dono.
Segundo quem manda no Top o álbum está em condições desiguais em relação aos outros. Segundo Beck está giro e tem muitas coisas mas não se percebe porque é que foi "desclassificado".

Pois é! Eu queria ver era se alguém em Inglaterra tinha "balls" para desclassificar um álbum do Robbie "Depressed" Williams, nem que lá dentro viesse um par de cuecas usadas (e não lavadas a seguir) pelo "Divo".

No fim disto, sonho com o dia em que um disco de rock "alternativo" português é desclassificado do Top por excesso de promoção...


... Do Top Português! Ou pensam que eu ando a snifar areia de Marte???

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Falta de imaginação...

... distracção, pirraça, promiscuidade ou simples incompetência?

Alguém me sabe dizer por que raio de carga de água é que os anúncios da Galp e do Ecoponto têm a mesma música?

... estarão os senhores da Galp a querer convecer o povo de que são eles que promovem a reciclagem?... ou ando a ver filmes a mais?

Nunca ouviste o "Cão!"?



Pois então se assim é, precisas de o ouvir.

Os Ornatos Violeta editaram este disco em 1997, eu sei, já foi há uns anos.
A verdade é que o segundo "O Monstro precisa de amigos" não foi tão bem conseguido, talvez já "anunciando" o fim que se aproximava.

O Manel Cruz fundou os Pluto com o guitarrista Peixe, banda que editou o álbum "Bom Dia" em 2004, disco que, no meu alegadamente "retorcido" gosto fica entre os dois dos Ornatos, ou seja, gosto muito do "Bom Dia" mas ainda prefiro o "Cão!".

Ao fim de nove anos, descobre-se que ainda há gente que não conheceu os Ornatos e, pior ainda (o que demostra a incompetência da indústria de música portuguesa em promover as suas melhores coisas), nunca ouviu o "Cão!".
Sendo Manuel Cruz autor de algumas das melhores letras da música portuguesa dos últimos anos e tendo sido os Ornatos Violeta uma das grandes bandas do país enquanto existiram, é portanto meu dever ajudar a colmatar essa lacuna:

"Punk Moda Funk"
Artista: Ornatos Violeta
Álbum: Cão!



Ora então levem-no à rua porque...

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

... e aqui está ele!




Cá está então o André Indiana!
Muita gente conhece música dele sem saber de quem é, muitos ainda julgam que se trata de um "estranja" qualquer.
Quando ouvi pela primeira vez o "Electric Mind" (um bocadito, enfim) numa das telenovelas que por aí proliferam (seriam os "Morangos?) pareceu-me Lenny Kravitz e quando descobri que não era pensei: "Ok, um 'tuga' a imitar o Kravitz".
Foi preciso ver um concerto do rapaz na TV (não sei qual mas não foi uma das grandes) para me convencer de que havia ali "material" do bom, tanto em termos de composição como de execução, para além duma banda que não era nada má (parece que agora ainda está melhor, segundo se ouve dizer).

André Indiana poderá não ser o campeão da originalidade mas também não é, de maneira nenhuma, um imitador nem do Kravitz nem dos Black Crowes, como se diz por aí. As referências vão muito mais além até aos anos 70, onde afinal os ditos "imitados" também foram buscar a inspiração. Isso é mau?
Desde que a música seja boa, para mim é óptimo.
No primeiro álbum "Music for Nations" (o segundo "Destilled and Bottled" já saiu mas eu ainda só ouvi o single) a música aparece já surpreendentemente madura, a composição equilibrada, os instrumentos seguros e a voz firme e bem timbrada, muito bom resultado para um "puto" de cerca de 20 anos.

Como de certeza já conheciam o "Electric Mind" e agora ficaram a conhecer o "Full Moon" (era o que estava para ser adivinhado), fica aqui mais uma canção, esta para os adeptos do bom rock "de guitarras" como eu.

"I'm In Love"
Artista: André Indiana
Álbum: Music For Nations

Pois não será uma cena nova, nem "alternativa", nem interventiva, nem sequer em português, nem... nem...
Ora, deixem-se de merdas!
É música, é boa e eu gosto!

A Norte...

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Adivinha! (3)

Esta é uma contribuição do Belche.
Quem quiser, está à vontade.
Podem mandar para o mail, por uma questão de organização.

Cá vai:

Vejam se adivinham quem é este músico português:

Já se vê a luz magenta
Ontem esteve encoberto
Ri-se de te ver tão perto
Girar a massa cinzenta
E ele de sorriso aberto

Palavras onde caminhas
A primeira é pra guardar
Letra estou eu a falar
Mais do que adivinhas
Aprenderás a pensar

domingo, 24 de setembro de 2006

Versões (13)



Foi um dos primeiros LPs da minha irmã mais velha (não sei se ainda o tem), o primeiro da Joan Baez que ouvi e, ainda hoje, talvez o que gosto mais. À medida que os anos foram passando parece-me que a senhora se perdeu entre as memórias do passado interventivo e as tentativas de inovação musical, quase sempre falhadas ou de gosto duvidoso ( na minha opinião, claro). Quando passou por Cascais nos anos 80 já eu tinha passado para outras músicas e este foi talvez o único disco que me ficou, talvez por haver lá em casa, mas também por ter sido a "tirar" músicas dele que me iniciei como autodidacta da guitarra.

Conheci esta versão antes de ouvir o original "Where Have All The Flowers Gone" do Pete Seeger e até a cantava em alemão (aldrabado, claro, e às escondidas). Depois aprendi a letra original em inglês e passei a cantá-la para os amigos mas sempre tocada em "arranjo Baez". Acho que, se ainda a tocasse, ainda a tocava assim (pronto, não tão bem mas parecido). Da voz não vou falar. Da dela não é preciso, da minha é melhor não.

"Sagt Mir Wo Die Blumen Sind"
Artista: Joan Baez
Álbum: Farewell, Angelina


quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Adivinha! (2)

É do Porto este poeta
Mas não se escreve com Tê.
Foi Cão sem nome de cão
Pra nome de cão mudou,
Mas nunca ladrou, só cantou.

Hoje chega, diz Bom Dia
E não é de admirar
Se a qualquer hora do dia
Ele berrar que quer mijar.

De si diz que é bom de amar.
Falta alguém pra confirmar
Quem é este “cantador”?
Conseguem adivinhar?


Tás-me a dar música, ó Vieira!

Fechem bem as portas, não vá um dossier amarelo entrar-vos casa dentro!


quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Duas lojitas de CDs

O Verde perguntou ali em baixo se eu não conhecia umas lojas de discos porreiras.

Considerando a minha penúria nos últimos anos, falta-me um bocado de "experiência" para saber muito sobre o assunto. Em todo o caso, deixo aqui duas. Uma porque já lá comprei coisas e outra porque me parece interessante (pelo menos vendo o site):

- CDGO (ex JoJo's Music)
Rua de Cedofeita, 509-511
4050-181 Porto

Site: http://www.cdgo.com/

Já aqui comprei algumas coisas online. O site funciona bastante bem e as entregas são, regras geral bastante rápidas. Já aconteceu não conseguirem arranjar o artigo que eu queria, mas como o site funciona com um sistema de controlo das encomendas quase em tempo real, não acontece a chatice de estarmos um monte de tempo à espera das coisas sem sabermos se se perderam.

- Prog CDs
Calçada do Carmo 36/38
1200-091 Lisboa

Site: http://www.progcds.com/

Nesta loja ainda não comprei nada porque só tive conhecimento dela há muito pouco tempo.
Trata-se de uma loja específicamente dedicada ao Rock Progressivo e estilos "afins". Pelo que se pode ver no site, a coisa promete.
Considerando que a loja de rua é em Lisboa, estou a pensar fazer uma visita um dia destes, até porque já tenho dois ou três CDzitos em mira.
Acho é que vou levar o dinheiro contado e deixar o multibanco em casa.

Se alguém por aí conhecer outras lojas que valham a pena, faça favor de dizer. Acho que já estamos todos a ficar fartos de FNACs. Ou não?

Versões (12.2) - 15 anos antes




Outra versão da mesma música, desta vez pelos Fairport Convention, em 1969.
Por esta altura, em princípio de carreira, na era BS (Before Swarbrick) e no princípio da contribuição de Sandy Denny, os Fairport não sabiam fazer discos sem lá meter umas versões do Dylan.

O interesse de voltar a tocar a mesma canção é ver como as versões são tão diferentes uma da outra, e vocês ainda não ouviram o original (pelo menos aqui).
De falta de imaginação não nos podemos queixar.

"I'll Keep It With Mine"
Artista: Fairport Convention
Álbum: What We Did On Our Holidays

terça-feira, 19 de setembro de 2006

A usual multi-inutilidade dos multiusos (por Sérgio Castro)

Aqui há tempos, o Sérgio Castro prometeu mandar um texto com algumas considerações sobre as condições acústicas dos pavilhões multiusos... e mandou. Cá está ele!
Ainda se ponderou a hipótese de o dividir em partes mas eu achei que por inteiro a coisa percebe-se melhor. Se preferiam por partes leiam só um bocado, saiam e voltem mais tarde para ler o resto. Cá vai:


Os multiusos, como o seu nome parece querer indicar, devem ser espaços com inúmeras aptidões, grande flexibilidade e, sobretudo, multifuncionais, certo?
A ser assim, um multiusos deveria poder albergar, com a mesma facilidade e eficácia, um evento desportivo, um congresso ou qualquer tipo de manifestação artística...
Huummmm!!!

Quer dizer, no ‘multiusos’ Pavilhão do Atlântico, no Parque das Nações, para citar o exemplo que se referiu neste blog há já algum tempo, devem poder conviver (ainda que em momentos diferentes, obviamente) não só produções de espectáculos de pop/rock, música clássica, folk, jazz, ópera, musicais e teatro, mas também congressos, conferencias, um jogo de basquetbol ou de andebol e um amplíssimo etcétera... ERRADO!
Quem tal crê é incauto, quem tal garante é pouco sério. Ou ambos são simplesmente desconhecedores tanto das necessidades de cada uma das atrás referidas actividades, como das limitações impostas inexoravelmente pelas leis da Física, ou mais concisamente por uma das suas mais apaixonantes disciplinas – a Acústica.

Por alguma razão o P. do Atlântico está rodeado por alguns espaços anexos, como é o caso da Sala Tejo, destinada evidentemente a eventos muito mais minoritários e onde tive recentemente oportunidade de tocar e ouvir tocar e que, justiça lhe seja feita, soa bastante bem com um espectáculo de música amplificado através de um sistema electro-acústico. Estará a Sala Tejo igualmente capacitada para um espectáculo de música sinfónica? De forma nenhuma. Estou seguro que qualquer orquestra ‘levantaria o acampamento’ poucos minutos depois de tentar atacar qualquer Overture de uma sinfonia de Verdi.
Ou seja, a reverberação é a questão.
Por exemplo, num dos extremos das necessidades, uma sala de controlo de um estúdio (regie) deve ter uma reverberação praticamente inexistente (teoria ‘non-environmet’) ou razoavelmente baixa (demais teorias que eu não comparto), com valores que oscilam entre os 250ms e os 500ms – conforme a volumetria do espaço – para além de estar livre de reflexões especulares. Só assim podem os ouvintes, normalmente o engenheiro de gravação, o produtor ou os próprios músicos, chegar a conclusões e tomar decisões. Muitas vezes confundida com a anterior, aparece a sala que alguns tipos com sorte (e finanças) têm em sua casa para escutar música por prazer e a que algumas normas (ITU, AES etc), algo desordenadamente, atribuem valores relativamente baixos de reverberação como os citados acima. Mas neste caso estamos simplesmente a falar de uma sala de escuta, onde nada se arrisca ao permitir que o espaço introduza a sua própria cor ao programa escutado, sempre que não seja em desfavor do mesmo.
Por outro lado, uma orquestra sinfónica necessita de uma reverberação da ordem dos 1,6-1,8 segundos, onde muitas das reflexões são bem vindas (nos auditórios bem desenhados, cuidadosamente previstas e provocadas) para que os músicos percebam o verdadeiro timbre do seu instrumento, ao mesmo tempo que ouvem os demais elementos da orquestra. A não ser assim, não há maestro que valha e a orquestra nem respeita o tempo nem afina. As trompas têm que tocar uma fracção de segundo antes para compensar o caminho mais longo que percorre o som do instrumento, entre que é projectado para trás e se reflecte na parede ou na concha acústica do auditório. Sem essa ajuda não se ouvem a si mesmos nem sabem por donde vai o resto da ‘banda’.

Na realidade muitos compositores de séculos passados escreveram sinfonias com a intenção clara de que fossem executadas em determinados auditórios, cujas reverberações em frequências médias oscilavam entre 1,5 e 1,8 segundos. Wagner, por exemplo, escreveu Persifal para que fosse estreada no Festspielhaus da cidade alemã Bayreuth enquanto que Berlioz sabia claramente como ia soar o seu Requiem nos Invalides, em Paris.
Quando a música Clássica cedeu protagonismo à música Romântica de Brahms, Strauss ou Ravel assistiu-se a uma nova tendência de criar auditórios com um tempo de reverberação consideravelmente superior (1,9s – 2,1s) que proporcionavam uma muito mais rica experiência tímbrica.
Entretanto, para ópera e dado que normalmente se devem entender os textos, o tempo de reverberação baixa consideravelmente, pelo menos na gama de frequências media e grave, pelo que os 1,9 segundos antes referidos seriam sobradamente exagerados para uma perfeita compreensão do libreto. As chamadas ‘Opera Houses’ costumam apresentar tempos de reverberação que podem oscilar entre os 1,24 segundos do Scala de Milão e os 1,6 segundos da Semperoper de Dresden.
Mas que se passaria então numa destas salas se agora tentássemos uma peça de música rock, samba ou qualquer outro tipo que contenha percussão com transitórios e queda rápidos? Em primeiro lugar ficariam desvirtuados os timbres dos instrumentos e a confusão gerada pela reverberação transformaria numa experiência desagradável a execução e a audição de tal peça musical.
Pelo contrário, teria J.S. Bach escrito essas notas longas das suas fugas e concertos, se não estivesse a tirar o melhor rendimento dos mais de 3 segundos de reverberação que, tipicamente apresentam as igrejas renascentistas? O resultado de interpretar tal obra, ao ar livre, por exemplo, seria uma enorme sensação de frustração, não muito distante da que sentiria um guitarrista de Heavy Metal se no momento de subir ao palco, lhe furtassem o Turbo-Overdrive.

Assim que, para não alargar mais a ‘conversa’, poderíamos concluir que com a actual tecnologia a melhor hipótese para uma sala multiusos é prepará-la acusticamente para música amplificada, com um tempo de reverberação bastante baixo (depende do volume), mas, acima de tudo o mais livre possível das tais reflexões especulares, tão indesejáveis – já que modificam enormemente o timbre original dos instrumentos e confunde o tempo rápido – e depois equipá-la com um sistema activo de reverberação, talvez ajudado por alguns painéis movíveis na zona do palco (em caso de não existir concha acústica desmontável).
Existem alguns sistemas comercialmente disponíveis, que tem dado resultados comprovadamente positivos. Não são baratos, dado que tanto os altifalantes (pistónicos ou DMLs) como os microfones, amplificadores e processadores que se utilizam nestes sistemas, devem ter uma qualidade insuperável para não desvirtuar o sinal original e, por conseguinte, não modular incorrectamente o resultado devolvido à sala.

Em jeito de conclusão, se algum dia a sala Tejo tiver que ser utilizada para a interpretação de uma sinfonia ou uma ópera, sim que há esperança de poder adequá-la para tal fim, sem modificações arquitectónicas mas com a ajuda de sistemas de reverberação processados electronicamente. Se, por outro lado, se pretende melhorar os resultados normalmente obtidos no Pavilhão do Atlântico, ou no Multiusos do SAR de Santiago de Compostela (um inconfundível exemplo de aberração acústico-arquitectónica), a única opção razoável é um acondicionamento acústico tão complexo, que os acabamentos interiores de ambos espaços sofreriam modificações tais que os respectivos arquitectos não mais reconheceriam as suas obras.
Outras actividades têm outros requerimentos mas descrevê-los tornaria este artigo imenso e provavelment ‘intragável’. A intenção foi simplesmente a de dar algumas respostas a algumas perguntas aparecidas neste blog, há alguns meses.

Sérgio Castro

domingo, 17 de setembro de 2006

Adivinha!

De ser ou não afinado
não há noção definida
mas lá na corporação
nunca nenhum apareceu
que cante melhor do que eu.

A minha voz atrevida,
Há mais de um quartel ouvida,
nunca ninguém a calou.
Não sendo eu grande rei
não vivo para lei nem grei
Quem achais então que eu sou?

sábado, 16 de setembro de 2006

Versões (12)



Estava-se em 1984 quando alguns músicos das bandas "revivalistas" da West Coast americana do início da década de oitenta decidiram homenagear as suas "influências" (Velvet Underground, Bob Dylan, Neil Young...). Nasceu assim o projecto Rainy Day, reunindo gente vinda de bandas como Bangles, Dream Syndicate, Rain Parade e outras.

Nunca consegui ouvir o disco na totalidade mas o que ouvi vale bem a pena. Produção sóbria, ambiente um tanto sombrio mas de grande beleza, boas versões.
Se alguém o encontrar por aí, compre-o que eu quero!

Fica aqui a primeira música do disco e único single que saíu. Uma versão de Bob Dylan na voz de Susanna Hoffs das Bangles. Eu gosto! Muito!

"I'll Keep It With Mine"
Artista: Vários (voz: Susanna Hoffs)
Álbum: Rainy Day

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Guess who! (2)

Ora então aqui fica mais uma para adivinharem.
É capaz de não ser muito fácil para alguns, para outros será de caras.
Com um bocadinho de atenção a alguns pormenores e alguma dose de "abstracção estilistica" (seja lá o que isso for), acho que chegam lá!





Convém desligarem a música ali do lado (ou deixar acabar), que as duas ao mesmo tempo faz um bocadinho de confusão.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Swarb's Back!




Dave Swarbrick não é um músico comum!
Logo à primeira vez que o ouvi nos Fairport Convention fiquei talvez um pouco "enfeitiçado" por aquele violino, nunca completamente afinado mas sempre no sítio, sempre "fácil" mas, com precisão "cirurgica", direito às emoções, e por aquela voz aconchegante, meio caminho entre o duende e o ancião, que invariávelmente me punha bem disposto.

Podia pôr-me aqui a falar dos Fairport (assunto não faltaria) mas o que me interessa hoje é anunciar o regresso de Swarbrick aos palcos, este verão, depois de um transplante pulmonar há cerca de dois anos e de uma super recuperação.

Antes da operação havia muito pouca gente a acreditar num regresso aos palcos e uma recuperação fisica com qualidade de vida média era talvez a melhor das previsões.
Hoje Swarbrick tem uma nova banda chamada (em tom satírico, suponho) Swarb's Lazarus (com Kevin Dempsey e Maartin Allcock) e um novo disco com um título não menos sugestivo, "Live & Kicking". O senhor continua bem disposto, como sempre.

Swarbrick não canta (por enquanto, espero eu) na nova banda mas a sua voz mantém-se para mim inesquecível. Foi por isso que escolhi esta música para ficar aqui a tocar uns dias. Para muitos de vocês esta voz e este violino até podem não ser lá essas coisas. Para mim são muito importantes. Normal, é uma das coisas boas que tem a música.
Como dizia o Marley, "when it hits you feel no pain".

"Banks of the Sweet Primroses"
Artista: Fairport Convention
Álbum: Angel Delight


Fiquei mesmo contente com a notícia, caraças!!!

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Era difícil fazer pior...

... Mas eles conseguiram!

Parece mesmo aquelas "pirracinhas" dos putos, não é?
"- Ah não gostam, é? Não gostam? Então fazemos ainda pior! Ih ih ih!!!"

Sim, porque eu não posso crer que eles acreditam que aquilo é "Televisão de qualidade"!
Ou acreditam?

Eu explico:
Estava eu a fazer o meu zapping de tarde de Domingo estilo "vejo um filme ou durmo a sesta?" quando, passando pelo canal 1 da RTP dou de caras (e de ouvidos, infelizmente) com a Serenela Andrade a tentar cantar, suponho (já nem me lembro bem, tal foi o susto) que uma música do Carlos Paião, com o "acompanhante" (o cantor, acho que o Feist) desesperado (mas sempre com um sorriso) na sua tentativa de manter a canção minimamente nas imediações do tom certo.

Pensei: pois, confere! Se os modelos estão à frente dos actores nas novelas, porque é que as apresentadoras não hão-de cantar em vez dos cantores?
E qual é o próximo programa musical da RTP?
Um sapateiro a tocar rabecão?

Desliguei a televisão e fui dormir a sesta.
(confesso que me custou um pouco a adormecer... xiça!!!).

"TV Ska"
Artista: Despe e Siga
Álbum: Os Primos

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Para quem gosta de Ramos Rosa

... É outra maneira de ouvir a coisa!

A Linha da Frente é (ou foi, não sei) um projecto de João Aguardela e Luís Varatojo anterior à "Naifa" (2002), em que participam outros músicos como Viviane (Entre Aspas), Janelo da Costa (Kussondulola), Rui Duarte (Ramp), Dora Fidalgo e Prince Wadada. A ideia do projecto consistia em musicar poemas de vários poetas portugueses consagrados para além de António Ramos Rosa como, por exemplo, Fernando Pessoa, António Aleixo, António Boto ou Natália Correia, entre outros. Curiosamente, a primeira faixa é "A faca" de Ary dos Santos. Seria uma premonição para "A Naifa"?
Vale a pena uma ouvidela.

"Não Posso Adiar o Coração"
Artista: Linha da Frente
Álbum: Linha da Frente

domingo, 3 de setembro de 2006

Anos 70 (parte VI)




Estava eu ali a ver um filme daqueles de Domingo com o parolo do Costner quando, por um momento, acompanhando uma viagem que o personagem fazia, me chegou um som muito familiar.

"Xi, aos anos que já não ouvia isto. É dos Allman Brothers e chama-se... eh pá, é um nome de gaja... chama-se..."

E lá fui eu à procura, sabendo que a tinha por ali perdida, até que a encontrei. Não, não era a Melissa, era a Jessica (... como foste nessa de chamar Vanessa...).

Esta música põe-me bem disposto e com vontade de viajar, não sei porquê, mas se calhar é porque foi feita para isso. Afinal os Allman Brothers passavam a vida de um lado para o outro a fazer concertos e, nos intervalos, a viajar de mota (não foi certamente por acaso que dois dos seus músicos, Duane Allman e Berry Oakley, morreram cada um no seu acidente de mota no espaço de um ano).

Tenho a vaga ideia de ter ouvido este álbum completo na rádio, algures nos anos 70. Bons tempos...

"Jessica"
Artista: The Allman Brothers Band
Álbum: Brothers and Sisters

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Buscas...

Depois do abrandamento nos acessos de pessoas à procura da letra do "Não Stresses" dos Mind da Gap, eis que nova febre "googliana" traz para aqui um monte de pessoas, estas à procura de... imaginam?... adivinharam: "Músicas da Floribella portuguesa"!!!

Não sei se os MDG já disponibilizaram a letra em algum lado, se já ninguém quer saber a letra da música, ou se as pessoas que vêm à procura da Floribela não serão as mesmas, agora já na "febre colectiva" seguinte (não é tão descabido assim - basta ver o impulso que teve a carreira do Boss AC depois de entrar na banda sonora dos "Morangos")!

De qualquer forma, deixo aqui uma mensagem em jeito de "tag":

Floribella aqui não temos, está bem?
Obrigado pela visita! Voltem cá quando sair outra pepineira qualquer e... desculpem qualquer coisinha!

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Entretanto, na TV...



Enquanto não há programas capazes sobre música portuguesa, temos de nos contentar com os DVD's que a 2 nos mostra de vez em quando, normalmente ao Sábado, à hora de estar na má vida.

Desta vez trata-se de "No Direction Home", documentário sobre Dylan realizado por Martin Scorsese, que, para além daqueles filmes todos que o tornaram famoso, já tinha realizado "The Last Waltz", reportagem do concerto de despedida dos "The Band" (que depois se voltariam a juntar mas isso não interessa nada para aqui), documento essencial para quem viveu a absorver música durante os anos setenta.

Assim sendo, hoje às 23:10 e amanhã à 23:30 (não confiem muito nas horas), lá estarei em frente ao ecrã. É Dylan, é Scorsese, é capaz de valer a pena ("pena", é como quem diz...).

Entretanto fica aqui um Dylan de 1975 para ouvir. O homem desafina, ah pois é, mas eu gosto disto, que é que hei-de fazer?


"You're a Big Girl Now"
Artista: Bob Dylan
Álbum: Blood on the Tracks



Num perdaum uoje...



Trabalhadores do Comércio, hoje, 31 de Agosto, a partir das 22 horas, nas instaurações do CASINO AFIFENSE, na praia de Afife.

Breikalégue, carago!

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Are you ready for Country?

Por alguma razão estranha, ou talvez não, há em Portugal um forte preconceito contra a chamada Country Music, Música da América (à Jaime Fernandes), talvez até mesmo por isso, por ser americana, por ser a expressão mais típica do "americanismo".
Pois será, ou tavez seja mais uma etiqueta que lhe pregaram, como a do "Portugal é uma província de Espanha".

É um facto que a grande maioria da música Country é má ou "corny" (em português, "pimba"), mas também há boa música Country, música Country que não é "pimba" e música Country com bastante piada. Descansem os fãs "alternativos" do Johnny Cash. O homem era "Country", sim senhor, mas nem tudo está perdido.

Hoje ficam aqui os Byrds a dedicar uma canção a um disc-jockey de uma rádio de Nashville que não passava os seus discos por achar que o Country-rock que a banda tocava era uma ameaça à "tradição musical americana". A letra é particularmente sarcástica e abrangente, de tal maneira que Joan Baez e Jeffrey Shurtleff a dedicaram, no festival de Woodstock, ao Governador da California (à data Ronald Reagan) em resposta ao recrutamento compulsivo de soldados para a Guerra do Vietname (não, não sei se já alguém a cantou ao GWB).

"Drug Store Truck Drivin' Man"
Artista: The Byrds
Álbum: Dr. Byrds & Mr. Hide


Sim, gosto de alguma música Country, não tanto dos estilos "tradicionais", mais de algumas das "evoluções" e "fusões" por ela geradas. Não me vou aqui alongar sobre os sub-tipos e derivações da Country Music mas garanto-vos que ela está na origem de muita da música "alternativa" que se ouve hoje em Portugal.

Que tal deixar de "condenar" música antes de a ouvir?
Já dizia a outra: "Não negue à partida uma ciência que desconhece".

Os 30 piores álbuns de sempre???

Ainda na Blitz nº3, uma lista dos 30 piores álbuns de sempre, na opinião de Lia Pereira e Luís Guerra.

Nem vou aqui questionar o (discutível) conteúdo da lista apresentada. Quero apenas fazer-lhes uma "confidência":

- Meus caros, os 30 piores álbuns de sempre de certeza que nunca passaram pelos vossos ouvidinhos de críticos musicais.
Vá lá, agradeçam ao vosso patrão por vos poupar às coisas verdadeiramente más da vida e por vos pagar para fazerem coisas que não servem para nada a não ser ocupar espaço na revista.

(Seis páginas numa revista de música faziam tanto jeito aos músicos portugueses...)

domingo, 27 de agosto de 2006

Diz-se cada coisa...

Na secção "Cartas+Mailes" da revista Blitz nº3 dei de caras com esta "pérola" da Filosofia Moderna escrita por um tal "ruimvg":

Penso que o acesso ilegal a obras de arte, sejam elas fonográficas, artes plásticas, cinematográficas ou outras, prejudica aquilo que entendemos por arte.(...)

Até aqui, o autor parece preocupado com as cópias ilegais das obras de arte e com o resultado que essa prática pode ter na actividade dos artistas. A afirmação que vem a seguir, explicando o que de facto o autor quer dizer com esta primeira, é que se revela espantosa e reveladora de um tipo de mentalidade cada vez mais comum neste país:

(...) Dado o acesso de cada vez mais pessoas à Arte, acabamos por não saber se uma grande obra é arte ou não. Isto numa altura em que cada vez aparecem mais artistas e bandas. Bandas ou artistas como os U2 ou Bruce Springsteen deixaram uma marca na história por terem beneficiado de algumas limitações no acesso às suas obras, o que não acontece agora.(...)

Este texto, só por si, não me despertaria qualquer tipo de atenção especial se não fosse o reflexo e a expressão de uma maneira de pensar tão comum em certos círculos da suposta juventude "alternativa" do país.

Ora então o rapaz não sabe se uma obra é Arte porque há muita gente a ter acesso a ela, ou seja, a Arte tem de ser validada e só pode ser reconhecida como tal quando é apenas conhecida por elites privilegiadas. São essas pessoas que decidem (segundo julgo compreender) o que é e não é Arte.
A partir do momento em que a obra passa para o domínio público, dificilmente poderá ser considerada Arte.

A seguir vem uma outra teoria extraordinária: uma em que, segundo o autor do texto, os artistas deixam a sua marca na história se o acesso às suas obras for limitado (às tais elites, suponho). Quer isto dizer portanto que, se Portugal tivesse, nos primeiros tempos de Springsteen ou U2, um mercado discográfico a funcionar correctamente, estes não ficariam na história da música. Isto porque, obviamente, nunca houve restrições no acesso à música destes artistas nos seus países de origem, nem sequer em nenhum dos países anglo-saxónicos.

Conclusão: A História da Arte Mundial depende da comunidade "pseudo-intelecto-alternativa" portuguesa e do que ela conseguir conservar longe do alcance da "populaça".

É bom viver num país onde até as maiores alarvidades podem ser escritas na imprensa. Se fosse obrigatório ser inteligente para se escrever em revistas (mesmo que apenas nas cartas dos leitores), que seria feito da Intelectualidade Portuguesa?

Viva a Liberdade e o treino de tolerância que nos proporciona!
(Se calhar por isso é que dizem que a falta de Liberdade é a principal causa das guerras).



segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Send 'em home!


Seeger e Springsteen em 1996
Foto: Point Blank Mag

Já lá vão quase 23 anos desde o concerto do Pete Seeger no Pavilhão dos Desportos (hoje Pavilhão Carlos Lopes), data memorável por variadas razões, que eu não vou contar, e mais uma que foi ver o Júlio Pereira a dar um bocadinho de "balanço" ao "velhote".
Nessa altura Seeger tinha já 64 anitos e "dava-lhe bem". Hoje em dia, já pelos 87, ainda canta para os amigos e faz uma ou outra aparição em público para marcar a sua posição em relação adiversos assuntos mas o seu activismo politico-musical há muito que esmoreceu.

Nos últimos tempos, especialmente desde o começo da guerra no Iraque, tem havido um acréscimo de actividade de movimentos anti-guerra nos Estados Unidos, trazendo algumas reminiscências dos movimentos Anti Guerra do Vietname nos anos 60, nos quais Pete Seeger era referência e para os quais compôs e gravou várias canções.

Não poderia, portanto, vir mais a propósito a edição este ano de "We Shall Overcome - The Seeger Sessions", disco em que Bruce Springsteen agarra o testemunho de Seeger e o transporta pelo mundo fora na forma de versões das canções do próprio Pete Seeger interpretadas por uma peculiar "Big Band" que, ao vivo, se tranforma numa festa sem tréguas do princípio ao fim do concerto (o Emigras sabe porque já viu). Eu cá sei porque vi na 2. Afinal, se procurarmos bem, ainda encontramos algo para ver na TV portuguesa (depois da meia-noite, claro).
Se hoje falta a voz a Pete Seeger, esse é um problema de que Springsteen ainda não sofre e é vê-lo a berrar canções de protesto como se não houvesse amanhã.
A quem o acusou de "Americanice exacerbada" por alturas de "Born in the USA", Bruce volta a mostrar que afinal bastava ler as letras das canções com alguma atenção.

A edição especial de "Seeger Sessions" traz uns videos e umas canções extra, entre as quais esta, que Seeger gravou em 1965 a propósito da guerra do Vietname (e mais recentemente, já adaptada ao Iraque, com a ajuda de Billy Bragg, Ani DiFranco e Steve Earle), chamada "Bring'Em Home". Esta versão foi gravada em Paris (não, não foi em Frankfurt) e, na minha opinião, está bastante melhor do que a de estúdio.

É verdade que os americanos têm uma estranha tendência para repetir várias vezes os mesmos erros mas também não é mentira que há por lá uns maduros que chateiam à brava sempre que os presidentes metem o pé na argola. Podem não conseguir grandes mudanças mas calar, também não se calam. Mais ainda o Springsteen. Quando é para berrar também berra bem!

"Bring 'Em Home"
Artista: Bruce Springsteen
(Ao vivo em Paris)

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Sátiro, o Gaiteiro!



Andava eu ali metido numa discussão sobre música e músicos portugueses, em que alguém "vociferava" sobre a falta de qualidade da nossa (de cá) música quando, finalmente, na estante da lojita aqui da terra, apareceu o disco novo dos Gaiteiros de Lisboa.
Assim o vi, assim o comprei, o trouxe para casa e me sentei a ouvir. Boa coisa, que logo me esqueci da discussão e me enfardei de riso ao pensar nas enormidades que algumas pessoas conseguem escrever (sim, eu sei que também há quem se ria das que eu escrevo).

Os Gaiteiros de Lisboa conseguem aquela coisa estranha e rara que é provocar a sensação de se estar hoje a ouvir música de ontem que se há-de fazer amanhã.
Pega-se na música "tradicional", em Chamarritas, Fados, "lenga-lengas", Saias e Gaitadas, cita-se Paredes, pisca-se o olho ao Atlântico e mais além, embrulha-se tudo em poemas "estrambólicos", instrumentos "cacofónicos", vozes "impantes", percussões "trambolhantes", arranjos "JoséMárioBranquianos" com berloques "BandaCasaquianos" e competência infalível, enfia-se uma quantidade generosa de beleza por ali dentro, "erudita-se" em viés, "enjazza-se" q.b. e entrega-se ao público na altura exacta em que ele precisa de se convencer que vive num país onde se faz música "muito à frente"! Eu cá gostava de saber fazer coisas assim.

Pronto. Adimito que haja quem não goste. Paciência! Eu também não gosto de gelado de chocolate, que diabo!


"O fim da picada"
Artista: Gaiteiros de Lisboa
Álbum: Sátiro


quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Buscas...

Hoje apareceu aqui um "visitante" vindo do México e a braços com um grande berbicacho. Confesso que até tive um bocadinho de pena dele.

Que procurava?
"que tipo de musica toca frank zappa"

Boa sorte, pá!
Só tens mais de 70 discos para ouvir e olha, se chegares a alguma conclusão passa por aqui e partilha cá c'a gente!

terça-feira, 15 de agosto de 2006

As memórias de Aristides



Pois então, lá consegui comprar o tal livro do Aristides Duarte de que tinha falado há uns tempos (mais uma vez agradeço a simpatia das pessoas da CDGO). Chama-se "Memórias do Rock Português" e é exactamente disso que trata: memórias.

Tendo lido por aí algumas críticas ao livro, fui-me apercebendo de várias opiniões bem diferentes sobre ele, algumas mesmo muito más.
Agora que acabei de o ler e já tenho a minha opinião, acho que é tudo uma questão de abordagem, ou seja, quem olhar o livro como um ensaio exaustivo sobre a música dos últimos 50 anos de música "moderna" em Portugal tem, forçosamente, de ficar desiludido.
Se, pelo contrário, o lermos na exacta medida do que ele pretende ser, um livro de memórias em formato compilação de crónicas feitas para um jornal regional, sem apoios, sem editora, sem adiantamentos financeiros nem licenças sabáticas para pesquisa, então teremos de o considerar um contributo bastante válido, ainda mais por se aventurar num campo temático que, até hoje, pouco mais tem sido que um deserto.

"Memórias do Rock Português" não está, para um purista da língua (vulgo chato) como eu, muito bem escrito. Sofre de um mal muito comum no jornalismo português chamado "vírgulas - antes a mais do que a menos". Para além disso, o facto de ser uma compilação de crónicas que não foram tratadas e revistas ao serem introduzidas no livro, leva a algumas repetições de termos de umas para as outras. Ao fim de umas tantas, a coisa torna-se um tanto incomodativa, mas não mais do que isso. Enfim, males que podem facilmente ser corrigidos em edições futuras.

Quanto às críticas em relação à opção de falar ou não destas ou daquelas bandas, parece-me que a opção do autor foi a de se referir àquilo de que tinha conhecimento e à informação minimamente fidedigna que foi conseguindo reunir, o que para mim era a melhor (a única) opção a tomar.
Consegui detectar algumas pequenas falhas em datas ou nos tempos de algumas mudanças de formação de algumas bandas (alguns exemplos: para além da que o sérgio Castro já corrigiu na data de formação dos "Arte & Ofício", o facto de o José Bruno não pertencer à formação original dos Radar Kadafi ou o esquecimento do autor ao não referir a vitória dos Mler Ife Dada no 1º Concurso do RRV na biografia do grupo). De certeza que os próprios membros das bandas terão ocasião de corrigir esses pequenos erros e a próxima edição virá já corrigida e, se possível, aumentada.

Agadeço assim ao Aristides pela dedicação à causa e pelo trabalho desenvolvido. Este livro já é um grande contributo para quem quer saber "como tudo se passou" e espero que também ele o encare não como uma obra acabada mas como um excelente ponto de partida.

domingo, 13 de agosto de 2006

Calor, porra!

Está calor!
Está muito calor!!

É um ambiente caracteristico de Portugal, no Verão. E os Sloppy Joe até veiculam a língua portuguesa.
No entanto, a letra liga directamente a África e a natureza do género musical é, sem dúvida, Jamaicana. Será que esta música pode ser considerada uma contribuição para a cultura portuguesa?

Eh pá!
Não sei se isto é música portuguesa ou não!
Assim como é que cumpro a quota?

"O calor"
Artista: Sloppy Joe
Álbum: Flic Flac Circus

Afinal o que é Música Portuguesa?

Ora então, afinal a que é que se pode chamar música Portuguesa?

Segundo o texto da nova lei que entrou em vigor em Maio deste ano (mas que só será de aplicação obrigatória em Novembro de 2007 para dar tempo às rádios para se adaptarem - ?!), a nova definição de Música Portuguesa é a seguinte:

(...) 2 - Para os efeitos do presente artigo, consideram-se música portuguesa as composições musicais:
a) Que veiculem a língua portuguesa ou reflictam o património cultural português, inspirando-se, nomeadamente, nas suas tradições, ambientes ou sonoridades características, seja qual for a nacionalidade dos seus autores ou intérpretes; ou
b) Que, não veiculando a língua portuguesa por razões associadas à natureza dos géneros musicais praticados, representem uma contribuição para a cultura portuguesa. (...)


Veicular a língua portuguesa basta por si, ou também a música em língua portuguesa tem de se inspirar nas suas tradições, ambientes ou sonoridades características? É que se basta, até o Beck é música portuguesa quando canta “Sou um perdedor”.

O que é que quer dizer “reflitam o património cultural português”? A frase que vem a seguir pode ser interpretada como a explicação desta?

Toda a música dos países de língua oficial portuguesa pode ser considerada música portuguesa? É que eu não me importava que o Caetano Veloso fosse.

Quais são os géneros musicais praticados que é suposto veicularem a língua portuguesa?

Como é que sabemos que a música cantada em língua estrangeira por razões associadas à natureza dos géneros musicais praticados representa uma contribuição para a cultura portuguesa?

Bom! Entrando no exemplos práticos, alguém me esclareça as seguintes dúvidas:

- A Nelly Furtado é portuguesa ou estrangeira? Se é portuguesa, quando canta em estrangeiro representa uma contribuição para a cultura portuguesa? Se é estrangeira, quando canta em português inspira-se nas suas tradições, ambientes ou sonoridades características? Nelly Furtado é música portuguesa?

- O Jazz feito em Portugal é música portuguesa? E a Maria João e o Mário Laginha? Fazem Jazz? Fazem música portuguesa? E quando fazem versões de canções pop estrangeiras? É música portuguesa ou estrangeira?

- A Floribela canta em português mas as músicas são argentinas. É música portuguesa?

- Os D’ZRT fazem versões em português das músicas que vão buscar às bases de dados estrangeiras. É música portuguesa?

- Os Moonspell, que cantam em inglês música de tradição estrangeira gravada no estrangeiro, são portugueses. É música portuguesa?

- Rui Veloso quando se chega ao fado é, com certeza, música portuguesa. E quando se chega aos Blues? Será?

- Os Xutos são música portuguesa quando cantam “A minha casinha”. E quando cantam o “N’América”?

- Os Gaiteiros de Lisboa, quando tocam música de influência galega serão música portuguesa?

- E a Brigada Victor Jara, que além de ter um nome chileno, se virou para a a música celta? Será música portuguesa?

- O Próprio Sérgio Godinho, com todas aquelas influências de Brel e Brassens, será música portuguesa?

- As músicas que Ricardo Landum faz para a Mónica Sintra e para a Ágata têm uma clara infuência da “pop-song” centro-europeia. Será música portuguesa?

- Os Santa Maria fazem euro-tecno. São música portuguesa?

- O Luís Represas, desde que esteve em Cuba e conheceu o Pablo Milanês ganhou grandes afinidades com a música latina. Será música portuguesa?

Pois! É claro que estou a exagerar. Mas também é verdade que o texto da lei deixa espaço para todas estas perguntas.
Afinal basta cumprir um destes requisitos ou têm de se cumprir todos? É que, se é para se cumprir todos, podemos sempre pôr em causa a contribuição para a cultura portuguesa e aí ninguém cumpre, ou seja, a Diamanda Galas dá-lhe para cantar uma “espécie” de fado e passa a ser música portuguesa em detrimento do David Fonseca a cantar uma versão dos Erasure. Assim sendo, passa a Diamanda na Antena3 e o David que vá lá passar na “Radio One”, se conseguir.


terça-feira, 8 de agosto de 2006

No princípio (também) era o rock!




Era assim que começava o primeiro disco do Trovante!
Até dava uns ares do "Firth of Fifth" dos Genesis.

E aquela frase:

Alto e bom som havia a raiva de rir

Já tinha ouvido mais duas na rádio. E uma entrevista.
Comprei!

"Alto e bom som"
Artista: Trovante
Álbum: Chão Nosso

Trinta anos!!!
Xiça!!!
Parabéns, pá!

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Pub à borla!

Madonna continua a facturar à custa da religião... e eles caem como patinhos!

Desta vez, Madonna aparece "crucificada" durante o concerto da nova digressão.
Não é preciso mais nada.

A Igreja Ortodoxa e o Vaticano ocupam-se da promoção.

Cuidado!
Qualquer dia já ninguém paga a agências de publicidade. Basta uma "blasfémiazita" e... Tá feito!

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Outra vez a RTP

Não sei como é que eles conseguem, mas lá se arranjaram para fazer outro programa, supostamente de música, sem pés nem cabeça, chamado "A canção da minha vida"

"Famosos, boa disposição, música e competição são os ingredientes deste formato de puro entretenimento" , eis a definição que vem no site da televisão "pública". Se calhar, cortando os famosos, a competição, a "boa disposição" ao estilo Isabel Angelino ("ajudada" no Sábado passado pelo Carlos Ribeiro), nem mesmo assim, só com a música, o programa se escapava. Porquê? Adivinharam! Trata-se do "enésimo" programa de "Melodias de Sempre", com versões de músicas (a maior parte delas com os autores/intérpretes ainda no activo), cantadas de maneira no mínimo "casual" por cantores medianos ou em início de carreira, com arranjos do mais bacoco que há e tocadas por bons músicos que não têm culpa de ter de pagar as contas no fim do mês (até doi ver ali o Tahina e o Tomás Pimentel, por exemplo).

Antes os tele-discos e as gravações antigas!
Mais uns dinheiritos públicos gastos com uma oportunidade perdida!

Entretanto não desanimem que, no próximo Sábado volta o Fernando Pereira!
E se eu tenho razão???

"TV WC"
Artista: Taxi
Álbum: Taxi


sábado, 22 de julho de 2006

Afinal havia erro!

Num comentário que fiz há uns dias sobre a aquisição do livro "Memórias do Rock Português" de Aristides Duarte, referi que esse livro estava à venda na CDGO mas que não o ía comprar lá por causa do elevado preço dos portes.

Pois hoje recebi um mail da própria loja a esclarecer que tinha havido um erro no site e os preços de portes que apareciam por defeito estavam errados e muito mais caros do que o valor real.

Na verdade, ao voltar ao site, o preço que me apareceu (3,50€+1,00€ de cobrança) já me pareceu normal.

Assim sendo, quem quiser o livro é só ir lá, registar-se e encomendar. Já agora, aproveitem para fazer umas buscas que eles às vezes têm coisas que não são fáceis de encontrar.

Deta vez não é pub à borla. É justo repor a verdade quando alguém admite um erro.

Expliquem-me...

... O Fernando Pereira virou dono da RTP?

Nos últimos meses temos sido bombardeados por espectáculos do FP por qualquer razão e nenhuma, não se percebe porquê.

Numa televisão que praticamente não passa músicos portugueses, que não tem um programa de música (o Top+ é um programa de publicidade), muito menos de música portuguesa, dá-se um tempo de antena quanto a mim um pouco exagerado (não digo que que lhe cortassem o pio de vez) a um artista que faz imitações de outros músicos, com opções estéticas no mínimo discutíveis (eu não gosto, pode haver quem goste) e que tem um concerto transmitido na íntegra em que, na maior parte do tempo, canta em "Play-back".

Um de vez em quando até compreendia mas com esta frequência há aqui algo que precisava de ser explicado, ou não?

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Xiiii... Olha estes!



Andava eu ontem à noite a fazer um zapping (a garota ocupou o PC, por isso eu ocupei o comando) quando, chegado ao Mezzo, dou de caras com uma guitarra acústica e um par de mãos. A música era familiar, "exclamei a exclamação" acima e ali fiquei até ao fim do "purgama"!

O aspecto dos rapazes, principalmente do Di Meola e do McLaughlin, ainda era mais foleiro do que na foto acima, as guitarras dos mesmos dois eram as execráveis Ovations (praga dos anos 80, não gosto, pronto!) mas com estes tipos até elas soam bem.

Três estilos diferentes de tocar, escolas diferentes, som diferente, personalidades diferentes e o resultado que se pode ouvir.
Como ouvi há uns tempos noutro "purgama", "uma boa razão (no caso três), tanto para começar a tocar como para nunca mais tocar" (dizia o Kiefer Sutherland falando do Brian May)

"Guardian Angel"
Artista: Paco De Lucia, Al Di Meola, John McLaughlin
Álbum: Friday Night in San Francisco

Pub (gratuita... quando é que eu aprendo?)




Os Trabalhadores do Comercio vão finalmente estar AO VIVO na próxima sexta-feira, dia 28 de Julho, a partir das 23:00 horas, e a partir a louça toda, no BELA CRUZ do Porto. Esta sala emblemática está situada ao fundo da avenida da Boavista, na Foz.

Os Trabalhadores, na sua formação original de 1980, vão apresentar uma mistura entre os novos temas que integram o CD single acabado de editar, o albúm a sair no fim do ano e muitas das canções que tornaram conhecido o estilo da banda durante os anos 80-90, só que agora em versões actualizadas.

Faltar a este concerto é como abster-se numas eleições. Comparecer é um dever.

As entradas vendem-se à porta do Bela Cruz no día do espectáculo.

A luta continua....


www.trabalhadoresdocomercio.org

(Missiba binda de... num bi o meile!)

Passam-se?

Tudo bem, os "the Strokes" são uma boa banda que faz boa música, não discuto isso!

Mas porque raio de carga de água é que, por ocasião da vinda deles a Portugal, os "animadores" das rádios que tenho ouvido nos últimos dias se lançaram numa promoção desenfreada ao concerto como se fosse o único acontecimento musical do ano (da década?!?!), chegando mesmo, em alguns casos, a entregar-lhes o título de "melhor banda do mundo na actualidade" como já ouvi algures?

Está-me a escapar alguma coisa que eles tenham feito de extraordinário, é apenas mais um caso de "carneirada radiofónica" ou há ali alguma nova espécie de "campanha de marketing" de que eu, na minha ingenuidade, ainda não tinha conhecimento?

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Sérgio Castro... de memória!

Aqui há dias o Sérgio Castro (sim, o dos Trabalhadores do Comércio e Arte & Ofício) passou por aqui e prometeu voltar para deixar algumas histórias "de época" para mitigar a nossa falta de informação e dar umas achegas à pouca literatura disponível sobre o Pop-Rock português.
O texto de há alguns dias atrás, escrito como resposta, está nos comentários.
O de hoje, apesar de também lá estar, é de carácter mais geral e salta para aqui.
Aqui vai:

Sobre o 25 de Abril e a música em Portugal:

Quanto ao 25/4 (esta moda da data é mais uma das curiosidades que nos deixou o 9/11) seguramente terá afectado a música em Portugal. E poderia ter afectado ainda mais, não fora o carácter reacionário do povo Português. Se entendermos por reacionário aquele ou aquela que reage a um estímulo exterior, a coisa nem é grave, mas neste caso a tendência é para reagir de imediato a qualquer estímulo desconhecido, não exercendo a capacidade de análise e, simplesmente, agindo da forma mais animal, atacar ou escapar.
As liberdades conquistadas com o 25 de Abril foram assustadoras para mais que muitos, que de imediato a taxaram (à Liberdade) de demasiada, exagerada e, inclusivamente, perigosa. Assim ficaram os testemunhos de vários movimentos pós 25 de Abril, mais ou menos abortados, vindos dos mais diversos quadrantes políticos, que em nome da liberdade tentaram ‘salvar’ a nação.
Se foi assim na política, porque havería que ser distinto na música? Até porque aí a revolução já tinha começado antes. Por uma parte os ‘baladeiros’, como normalmente eram referidos os que escreviam e musicavam poemas de protesto contra a ditadura e o sistema em geral, por outro lado os músicos de rock, que faziam a apologia do sexo desenfreado e do consumo de drogas como forma de provocação, ainda que não consumissem assim tanto de nenhum deles. Noutro vértice do triângulo os cultivadores do jazz com a sua atitude distante. As outras músicas, fado, folclore e música ligeira, gozavam em muitos casos do apoio oficial e representavam o que as geraçoes dos nossos pais consumiam, mais ou menos sem critério.

Ainda durante a ditadura, os que realmente incomodavam as autoridades eram os ‘baladeiros’ (que os espanhóis classificam, com bastante mais bom gosto, de ‘cantautores’), já que a mensagem era comprometedora na imensa maioria dos casos. Os textos punham o dedo na ferida, acusavam o poder de corrupto e repressivo e alentavam à revolta. Os do rock e os do jazz, como estavam fora de fase, anulavam-se mutuamente, não chegando a incomodar os governantes. Só assim se compreende que Vilar de Mouros tivesse sido possível dentro da conjuntura, no mesmo ano em que a censura proibiu a récita de finalistas do liceu que eu frequentava, por ter dois espaços de ‘baladas’ e uma adaptaçao da obra teatral A Gota de Mel de Léon Chancerel.
Os dois colectivos electro-acústicos classificavam as ‘baladas’ de uma grande ‘seca’, e entre si trocavam piropos do género:
- os roquetas são uma pandilha de flipados que não se lavam e só sabem 3 acordes;
- os do jazz são uma manada de intelectuais frustrados, cuja música faz sono ou não há quem entenda em que tom está – além disso usam esses barretes horríveis que não dizem nada bem com as camisas de flanela aos quadrados.

Se não fôssemos esse povo, talvez não tivesse sido mais ou menos assim e de certeza que o 25/4 teria sido altamente influente na música portuguesa. Mas se não fosse assim o povo, talvez não tivesse havido revolução, nem falta fazia, pois seguramente nunca teria havido ditadura...

Sérgio Castro, 16-07-2006

domingo, 16 de julho de 2006

Anos 70 (parte V)



Não sendo mentira que o rock português tinha muita dificuldade em chegar às rádios antes de 1980 (nisso estamos melhor do que nos 70's mas a milhas dos 80's), também não deixa de ser verdade que, volta-e-meia, lá havia um disquito que rompia o bloqueio. Podería falar dos Sheiks ou do Quarteto 1111 antes do 25/4 ou, depois disso, dos Ananga Ranga e Jafumega no Rock em Stock do Luís Filipe Barros ou da Banda do Casaco e Trovante naquela que hoje é a Antena 1 (na altura suponho que era o Canal 1 da RDP, não me lembro bem).

Há uns dias, numa das minhas buscas pela net, procurando alguma coisa sobre os Perspectiva, dei de caras com um site chamado ArtBarreiro. com que, juntamente com alguma informação sobre esta banda, nos presenteava com a possibilidade de download dos dois singles da banda.
O primeiro deles é uma daquelas músicas que chegaram a passar com alguma insistência na rádio, a suficiente para, 29 anos depois, eu ainda me lembrar de partes da letra e ser capaz de trautear partes dos solos.

Vou deixá-la aqui para espevitar a memória a uns e mostrar aos outros mais um pouco do que se fazia em Portugal nos idos de 1977.

"Lá fora a cidade"
Artista: Perspectiva