Agenda de concertos (carregar no evento para mais informação)

domingo, 27 de março de 2005

Beck is back!


Foto: Beck.com

Pois parece que o nosso amigo Beck Hansen decidiu adoptar intervalos de três anos entre os discos que edita.
Tal como com "Midnight Vultures" que se seguiu ao calmo "Mutations", este seguimento do melancólico "Sea Change", de seu nome "Guero", é um disco bem batido, menos "princiano" do que "Vultures", quase como um regresso aos tempos de "Odelay" novamente com a ajuda dos Dust Brothers na produção.
Sendo verdade que prefiro os discos mais calmos e menos "tecnológicos" de Beck ( o "One foot in the grave" é fabuloso) não posso deixar de gostar muito deste (a bem dizer, gosto de todos).
A mistura de Rock e pseudo-"Hip-Hop" com slide guitar, guitarra acústica e harmónica foi o que me fez gostar de Beck no início da sua carreira e a maneira como ele continua a misturar tudo isto com outros tipos de música usando letras corrosivas e bem humoradas continua a impressionar e surpreender como quando, por exemplo, mistura uma cadência quase bossa-nova com um ambiente sonoro apontado bem a Oriente.
Em resumo, mais um daqueles álbuns de Beck que se tornam uma descoberta permanente em cada audição durante uns tempos. Vou levá-lo para o Alentejo!
Para ouvir fica "Girl", um dos melhores temas do álbum (para mim e neste momento, claro) e que apresenta uma introdução que faz lembrar o português Gomo (não, o rapaz não tem só aquela música que passa aí nas rádios e nos anúncios).

domingo, 20 de março de 2005

Anos 70 (parte II)



Banda do Casaco

Não se pode falar de boa música portuguesa dos anos 70 sem mencionar a Banda do Casaco.
Tendo por núcleo principal António Pinho, Nuno Rodrigues e Celso de Carvalho, por aqui passaram algumas dezenas de músicos que derivaram para as mais variadas áreas da música. Falando apenas de alguns dos mais conhecidos, posso referir nomes como Armindo Neves, Tó Pinheiro da Silva, Cândida Branca-Flor, Gabriela Schaaf, Né Ladeiras, Zé Nabo, Concha, Carlos Zíngaro, Rão Kyao, etc.
Por artes deste nosso estranho país houve discos da Banda que nunca foram editados em CD, com a agravante de se terem perdido os originais das gravações, por exemplo de "Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos", cuja capa está aí em cima e do qual podemos ouvir o tema de abertura, apesar da "batata frita" própria da gravação a partir do vinil. Mesmo assim, achei que valia a pena.

A Banda do Casaco acabou em 1984 depois de cerca de dez anos de "maluquice", imaginação, coragem para arriscar e, sobretudo, boa música.

segunda-feira, 14 de março de 2005

Tony Rice


Foto: Tony Rice

No meio de toda a música que gosto e das várias formas em que se apresenta, há um instrumento em especial que sempre me tocou mais do que os outros: a guitarra acústica.
Seja de que tipo for, clássica, folk, jazz, cordas de aço, de nylon, de tripa...

Uma das características fundamentais deste tipo de instrumento é a variedade de sons que se podem tirar dele, seja pelo tipo de guitarra, pelo material com que é feita, pelas cordas que se usam, pela maneira como se toca... as combinações possiveis são quase infinitas.

É claro que, no que respeita a músicos, tenho os meus favoritos. Por exemplo, Neil Young, Steve Howe (dos Yes), Ian Anderson (dos Jethro Tull), José Peixoto, Egberto Gismonti, Steve Hackett (ex-Genesis) e Tony Rice (para citar só alguns e falando apenas na vertente guitarra acústica, já que alguns destes tocam outros instrumentos).

Tony Rice é um músico muito reconhecido e requisitado nos EUA e o seu "raio de acção" estende-se do Bluegrass mais puro até ao Jazz, passando pelo folk, pelo "New Grass", "New Acoustic Music" e todos os estilos que os americanos têm a mania de inventar pelo meio, dependendo de com quem toca e do que lhe apetece fazer na altura.
Se é verdade que nem tudo o que faz me agrada (a parte mais chegada ao Country não me atrai), é a maneira como toca e o som que consegue tirar do instrumento que me fascina. A guitarra tem sempre um som cheio e agradável ao ouvido e a técnica é tão perfeita que, por vezes, parece que os dedos mal tocam as cordas dando ao ouvinte uma sensação de facilidade que, garanto-vos eu, é pura ilusão. A isto junta-se uma capacidade de improvisação fora do comum e uma dose de humildade que lhe permite, apesar da qualidade que tem, nunca ter a tentação de sobrepôr o músico à música que toca.

Fica aqui num dueto com John Carlini (outro excelente guitarrista) tocando uma composição de Dave Grusin (o pessoal do Jazz sabe bem quem é). Para quem ouve em estéreo, Rice está do lado esquerdo e Carlini do lado direito. O ficheiro é um bocadinho pesado mas achei que valia a pena ouvir a coisa com a qualidade que os músicos merecem.

sexta-feira, 11 de março de 2005

Anos 70 (parte I)



Os anos 70 foram, para mim, a década das descobertas a nível musical (e não só, mas o resto não interessa para aqui). Tenciono voltar a falar das coisas que fui descobrindo por estes anos em que a minha curiosidade adolescente, juntamente com o ambiente geral que se vivia na altura, a rádio diferente que se fazia e os amigos com quem "trocava cromos" foram construindo a "peça" que ainda hoje sou.

Há cerca de dois anos, caiu-me em cima (e isto é quase literal) um livro chamado "Trovante por detrás do palco" do Manuel Faria (ex-músico do Trovante).
Ao longo do livro, escrito como se de uma conversa se tratasse, sem pretensões literárias ou de "estilo", fui recordando episódios da altura e, curiosamente, completando partes que sempre tinham ficado como interrogações ou corrigindo outras que, vistas de fora, me tinham dado uma imagem um pouco diferente.
É engraçado, por exemplo, descobrir a insegurança antes de entrar em palco de um grupo que uma vez lá em cima, e visto da plateia, me parecia ter o controlo completo das operações (somando 2+2 acabei por me ver a mim uns anitos mais tarde, mas com muito menos sucesso...).
Não contando mais nada para não estragar a história, aconselho este livro a todos os que gostavam de Trovante e aos que, não gostando, sentem uma certa curiosidade pelo mundo da música visto de dentro.

A canção que fica aqui a tocar (até ao próximo post) foi a primeira que ouvi do Trovante mas, para além disso, faz parte do monte de coisas por que passamos e que, por qualquer razão que não sabemos (ou talvez até saibamos) se tornam"as músicas da nossa vida".
Tenho muitas outras mas esta é certamente uma delas.
Fica aqui para a pamina que falou deles e também para a "misca" (se cá vier).

Queen e Paul Rodgers no Restelo

Ainda há uns dias falava neles e pronto, cá estão!
Curiosamente dei por isso porque, de repente, o Google começou a trazer visitas à procura de "Queen+Restelo+Bilhetes". Ou seja, o concerto foi anunciado hoje nos jornais, vai-se realizar no dia 2 de Julho e já começou a "febre". Suponho que anda tudo a preparar-se para mais umas noites nas bombas de gasolina.
Cá por mim, espero que desta vez arranjem um sítio ainda mais parvo para vender os bilhetes.
Que tal a Casa do Povo de Cebolais de Cima?

terça-feira, 8 de março de 2005

Surpresas...


Foto: tuatara

Por vezes acontecem!
Um exemplo:
Ao sabermos que o guitarrista dos R.E.M. tem uma banda com o baterista dos Screaming Trees pensamos o quê?
Exactamente. Guitarras à R.E.M. com batida "Grunje". Rock e pronto!
Procura-se na net e nas lojas de discos sem sucesso e pensa-se: "as finanças não estão asim tão mal, não há muito que enganar..." e pronto! Toca a importar o disco directamente dos E.U.A.!
Quando o disquito chega umas semanas depois, direito à aparelhagem e...
"Eh lá, o que é isto???"

Resultado:
Tuatara!
Agora que já passaram uns anos, que já há site oficial, que os CDs já aparecem nas lojas "on line", parece que ainda ninguém conseguiu definir a música dos Tuatara. Os discos são catalogados em categorias tão "parecidas" como "Rock", "New Age", "Jazz" ou "World Music". No fundo, é apenas boa música de base instrumental.
Eu gosto!

Ainda há surpresas na música!
Se fossem todas assim, estava-se muito bem!

sexta-feira, 4 de março de 2005

Tá muito bem, abelha!



Tori amos voltou a sair da casca e largou mais uns pingos de mel agri-doce.
Na verdade, desta vez, para além de sair ainda deu umas voltas cá por fora. Este novo "The Beekeeper", apesar de tocar todas as temáticas habituais em Tori, vai muito mais longe nas aventuras musicais. Se a poesia continua um pouco hermética e muito "feminina", a música pinta quadros um pouco mais coloridos do que o habitual, misturando os registos "esperáveis" com pinceladas de outras paletas. Se isto faz do disco, por um lado, um pouco heterogéneo, por outro torna-o bastante interessante e apelativo para sectores de público menos "Tori-addicted".

Há aqui coisas muito bem feitas (não se esperava outra coisa) que me merecem um registo especial:
Os arranjos de vozes são cuidados ao mais infimo pormenor (gosto especialmente do de "Ireland"), com a excepção do dueto com Damien Rice em "The power of orange knickers" (que raio de nome). Se era para o rapaz não fazer nada de jeito, mais valia ficar quieto. A meu ver não acrescenta nada à canção.
Outra nota alta para o trabalho de guitarras em todo o disco. Para uma artista tão "piano-dependente" é de saudar a liberdade e importância que é dada aos (excelentes) musicos que a acompanham.

Em suma, um excelente disco para ouvir em qualquer altura, de uma abertura inesperada (no caso de Tori Amos) que, se por vezes chega a roçar o "fácil", nunca se chega ao "foleiro"!
Eu, se fosse a vocês, comprava!

Temas favoritos (hoje e agora): "Ribbons Undone", "Ireland" e "Toast".

quarta-feira, 2 de março de 2005

As buscas.

Aqui há dias, o Jorge comentava o facto de ter várias visitas que apareciam por meio de pesquisas nos motores de busca apenas por ter mencionado, num post qualquer, uma tal de Carla Matadinho da qual eu nunca tinha ouvido falar, mas que parece ser muito conhecida.

Nos últimos dias tenho vindo a constatar esse mesmo fenómeno mas com outros nomes. Ao que parece, os brasileiros estão repentinamente muito interessados em Paul Rodgers. A isto não é decerto estranho o facto de este ir fazer uma tournée com os músicos dos Queen, sabendo-se da popularidade que a banda tinha nesse país.

No entanto, o que me deixa deveras espantado é a quantidade de visitas que aqui chegam à procura, imagine-se, do... "Menino-guerreiro"!
Será um caso de sucesso ou o pessoal quer guardar a "coisa" como recordação do episódio mais ridiculo que se passou até hoje numa campanha eleitoral?

Entretanto, deixa-me cá angariar mais umas visitas:
- Julgamento do Michael Jackson
- Caso Casa Pia
- David Beckham
- Fernanda Serrano
- Fotos porno
(este último é muito procurado no meu site. Coitados, devem saír de lá tão "desconsolados"...)

Os Grandes Recintos e os Grandes Concertos

Uma questão que, pelos vistos, o post anterior relembrou é o tal factor "Estádio". Não consigo vislumbrar a piada de ir a um concerto de música para depois ver os músicos numa "televisão" com pior imagem do que a minha e ouvi-los com um som muito pior do que o do meu Hi-Fi. Tudo bem, fico em casa!

Para mim um concerto só é conseguido se houver um mínimo de comunicação nos dois sentidos, ou seja, o Pavilhão Atlântico já é grande demais!
Vi dois concertos em Estádios (um deles com a minha amiga Sónia) e chego à conclusão que, se podiam ter sido dos melhores, acabam por estar muito por baixo no meu "ranking" de bons concertos.

Se consigo entender os grandes recintos como palcos para festivais, em que a rotação de público se vai fazendo noite fora e em que a coisa funciona em ambiente de Feira (chamemos-lhe assim), não tenho a mesma opinião no caso de concertos em que todos estão ali para ver apenas uma banda ou artista.
Se deixei de ir a festivais por preguiça, deixei de ir a concertos de estádio porque são muito caros, as condições são más, não se vê nem ouve nada de jeito (a não ser os zumbidos nos ouvidos ao fim da noite), porque nunca serão dos melhores que vi e porque já me deixei dessa coisa de achar que o facto de "ter lá estado" contribui em alguma coisa para a minha felicidade.

Tenho memórias de grandes concertos no Dramático de Cascais, no Pavilhão do Restelo, no Coliseu, no CCB, na Aula Magna, no Maria Matos, no S. Luís, no Vox, ou até no Palácio da Ajuda.
Quanto aos concertos do Bowie ou do Springsteen (os dos estádios), pois "estive lá", foi fixe, fui com amigos, levei a "velhota" a ver o "Boss", o Bowie lá aparecia de vez em quando no ecrã, o Springsteen fartou-se de trabalhar e saiu de lá todo roto (literalmente) ao fim de 3 horas e meia (este ainda teve um ou dois "momentos"), mas não me apetece levar os binóculos para o próximo.

Se voltar a ir a um concerto de estádio, será numa de "ir ali com o pessoal curtir um bocado" e, de certeza, sem certames de "bora fazer a mochila para ir comprar bilhetes"!

terça-feira, 1 de março de 2005

Três dias???

Houve quem passasse 3 dias numa bomba de gasolina para comprar bilhetes para o concerto dos U2.
Ora aí está algo que nunca fiz nem me vejo a fazer!
Vão dizer que se calhar não gosto assim tanto de música como isso. Na verdade, não é tanto de música que se trata aqui como de espectáculo mas está bem, podem achar o que vos "aprouver".

Já andei os meus bons quilómetros para ir a concertos mas, normalmente, vou já com os meus bilhetes bem acondicionados num qualquer bolso.
Por que raio de carga de água é que eu passaria tanto tempo numa fila para comprar bilhetes? Se quiser passar umas noites ao relento, consigo pensar em imensos lugares melhores do que uma bomba de gasolina, imensos amigos dispostos a isso em vez de um monte de desconhecidos prontos a passar por cima de mim se isso significar um bilhete e até, imagine-se, música óptima para ouvir (U2, porque não?).
Tenho ido a bastantes concertos, alguns até memoráveis, e nunca tive de me sujeitar a isto. Se algum dia acontecer, podem ir todos, eu fico em casa. Até cá tenho a música!

Esta coisa deve ter uma qualquer explicação psico-sociológica. Ele é filas de trânsito, filas para os médicos, para as universidades, para os transportes (essas não posso evitar), enfim, para tudo. A verdade é que o povo gosta!
E não é que no verão vão para o Algarve fazer engarrafamentos de trânsito nas entradas dos Centros Comerciais?
Ah, reles sociedade dos vícios!!!

Mais um!

O Daniel é mais uma daquelas pessoas que nunca vi na vida mas que, por obra desta coisa da net, se tornaram boas "amizades cibernéticas".
Pois o Daniel tem um novo blog chamado "Wildstrawberries". Ele diz que é sobre muitas coisas mas aposto que vai ter muito de cinema, ainda mais de música e um bocadinho do resto!
Pelo que conheço dele, vai ser um blog de textos intensos e um bocadinho mais compridos do que os meus.
Façam-lhe umas visitas.